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sábado, 30 de julho de 2011

Influência americana em extremista norueguês causa polêmica nos EUA

Em manifesto, autor de massacre na Noruega faz menção admirada a pequeno grupo de blogueiros e escritores ultraconservadores de país

Poucos dias após o massacre da Noruega, em que o fundamentalista cristão anti-islâmico Anders Behring Breivik deixou ao menos 77 mortos, o jornal americano New York Times publicou a manchete: “Massacre põe linha de pensamento antimuçulmana americana em foco”.





Foto: Divulgação A blogueira e comentarista americana Pamela Geller




Com base em um manifesto de 1,5 mil páginas publicado pelo extremista horas antes do ataque duplo com carro-bomba em Oslo e a tiros na Ilha de Utoya, a matéria informava que o assassino foi profundamente influenciado por um pequeno grupo de blogueiros e escritores americanos.

Na longa declaração de Breivik, um parágrafo foi dedicado às pessoas que ele admira, acompanha e lê diariamente. “Observei por grande parte do ano um número de seres humanos decentes, incluindo, mas não somente, Pamela Geller, Paul Belien, Diana West, o Barão do blog Gates of Vienna e muitos outros.”

O documento, contraditoriamente, também elogia a rede terrorista Al-Qaeda como uma organização que atingiu grandes objetivos, o seu líder morto, Osama Bin Laden, assim como o presidente americano, Barack Obama. No manifesto, Breivik também ensina a fazer bombas e como organizar um massacre, e dá mostras de uma possível insanidade mental.

A influência causada por ultraconservadores americanos, porém, chocou muitos leitores do jornal e está desencadeando uma discussão polêmica no país. Ao ser questionada se considera que é islamofóbica, foi sucinta em entrevista por email ao iG: “Isso é ridículo. Claro que não.”

Depois, com mais calma, a autora respondeu outras perguntas. “Tenho grande respeito pelos muçulmanos como seres humanos. Mas sou contra e luto contra a falta de liberdade que essa religião prega, principalmente contra as mulheres”, disse.

Em relação ao assassino norueguês, Pamela se disse ultrajada. “Toda essa discussão é ridícula. Anders Behring Breivik é responsável por suas ações. Se qualquer pessoa o incitou à violência, foram os islâmicos supremacistas, não eu. Se alguma coisa o incomodou, foi o relacionamento entre a Europa e o Oriente Médio, e não os Estados Unidos”, escreveu.

Independentemente do tipo de responsabilidade que islamofóbicos ou muçulmanos radicais possam carregar em um massacre como o da Noruega, o evento deixou claro que qualquer tipo de radicalismo que não respeita o multiculturalismo pode ser perigoso e cruzar fronteiras facilmente. Autor confesso do ataque duplo, Breivik, sozinho, matou mais pessoas em seu país que quatro terroristas islâmicos nos atentados de Londres de 7 de julho de 2005.

De acordo com o seu manifesto, seus ídolos estão nos dois lados do Oceano Atlântico. Ele se inspirou em palavras do político de extrema direita holandês Geert Wilders, na política francesa radical Marine Le Pen, assim como em republicanos como Newt Gingrich e Peter King, que lutam contra os direitos dos muçulmanos na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos.



Fonte: Portal iG

Sinuca de bico para Joseph Ratzinger

Juazeiro do Norte faz 100 anos e espera reabilitação de Padre Cícero
Considerado santo pela população, padre foi primeiro prefeito da cidade. Agora, bispo tenta derrubar sua excomunhão para torná-lo santo da Igreja Católica

Foto: Arquivo Pessoal Foto, sem data, de Padre Cícero: mesmo banido pela Igreja Católica, devoção a religioso só cresceu

Ao completar 100 anos nesta sexta-feira (22), a cidade de Juazeiro do Norte, no Cariri cearense (a 520 quilômetros de Fortaleza), é vista como estratégica na complexa tarefa de estancar a sangria de fiéis que a Igreja Católica sofre no Brasil. Por ano, 2,5 milhões de romeiros de todos os Estados do Nordeste peregrinam até a cidade para louvar a figura de Padre Cícero Romão Baptista. Mas, somente em 2002, esse ato de fé passou a ter o reconhecimento da Igreja Católica. Agora, a Diocese do Crato, da qual Juazeiro do Norte faz parte, trabalha no Vaticano para reabilitar o santo popular.

Juazeiro do Norte passou de vila do município de Crato a município emancipado em 22 de julho de 1911, pelas mãos de seu fundador e primeiro prefeito, Padre Cícero. O clérigo pisou pela primeira vez nas terras de Juazeiro do Norte no Natal de 1871. O lugar se chamava Tabuleiro Grande. Um ano depois, o padre retornou para ficar a frente da paróquia local. As vidas da comunidade e do sacerdote mudaram com a comoção causada em 1889 por um suposto milagre. Durante uma missa, a hóstia ministrada pelo padre à beata Maria de Araújo teria se transformado em sangue na boca da religiosa. Deu-se nome de milagre. A Igreja Católica discordou, suspendeu as ordens sacerdotais de Padre Cícero, excomungou-o e determinou que a beata fosse enclausurada.

Apesar da excomunhão, o povo continuou tratando a controversa figura sempre como Padre Cícero. O sacerdote passou a ser adorado, virou santo popular, fez da cidade um dos três principais destinos religiosos do Brasil, ganhou estátua de 27 metros de altura, museu e memorial. Hoje, Juazeiro do Norte tem 250 mil habitantes e é uma das maiores cidade do Ceará. Desde 2006, a Diocese do Crato trabalha para reverter a decisão do Vaticano que excomungou Padre Cícero.

Reconhecimento das romarias

Ao longo de 100 anos, os romeiros de Padre Cícero nunca se afastaram da fé católica, nunca abandonaram a Igreja, acolheram silenciosamente as decisões da Santa Sé”, diz padre

“Padim Ciço” – como é chamado pelos sertanejos devotos – é adorado como santo em praticamente todo Nordeste, mas não é reconhecido como tal pela Igreja Católica. Longe disso, ele morreu proibido de ministrar os sacramentos, acusado de ser falso milagreiro, messiânico e incentivador do fanatismo. A legião de romeiros que vai a Juazeiro do Norte todo ano até pouco tempo sequer tinha a benção do Vaticano. As romarias só foram reconhecidas em 2002.

Mesmo excomungado, Padre Cícero se mantém como barreira ao progresso de outras religiões no sertão nordestino. A Igreja Católica sabe disso e, diante da perda de fiéis que vem sofrendo para outras religiões, especialmente as evangélicas, deu o primeiro passo para o perdão pelo qual o clérigo insubmisso esperou até a morte. A missão coube ao então recém-chegado bispo da Diocese do Crato, Dom Fernando Pânico. O sacerdote italiano publicou sua segunda Carta Pastoral com o titulo "Romarias e Reconciliação". No documento, dom Fernando reconhece as romarias à Juazeiro do Norte “como uma expressão autêntica de fé católica”.

“Não se pode negar que o reconhecimento de que certa prática de fé católica possui legitimidade como expressão religiosa pode ajudar na superação daquilo que muitas vezes tem sido considerado como sendo uma das causas do afastamento dos fiéis”, reconhece o diretor do Departamento Histórico Diocesano Padre Gomes, padre Francisco Roserlândio de Souza. A própria Conferência Nacional dos Bispos (CNBB) reconhece que o catolicismo não para de perder adeptos no Brasil, ao passo que o número de evangélicos cresce em progressão geométrica.

Para padre Roserlândio, contudo, esse reconhecimento tem muito mais um caráter simbólico do que prático. “É importante considerar que, para o povo, essa não é uma questão das mais importantes, pois vive sua fé com consciência tranquila como fizeram os seus pais, gerações antes, apenas adaptando-se aos tempos atuais. Ao longo de 100 anos, os romeiros de Padre Cícero nunca se afastaram da fé católica, nunca abandonaram a Igreja, acolheram silenciosamente as decisões da Santa Sé”, diz ele.

Reabilitação

Se o reconhecimento das romarias significou um ato importante para impedir o avanço ainda maior das igrejas evangélicas pelo interior nordestino, um dossiê com 11 volumes é que pode mudar a história de Padre Cícero - para a Igreja Católica. Trata-se do processo de reabilitação eclesial do padre, que tramita no Vaticano desde 2006. Esse é o primeiro passo que pode levar um sacerdote banido da Igreja a se tornar santo. A região em torno de Juazeiro do Norte é uma exceção: segundo pesquisas recentes, têm uma das maiores concentrações de católicos do Brasil.
Foto: Arquivo PessoalDom Fernando Pânico e o papa Bento 16: bispo reconheceu as romarias. Agora, esperar reabiliar Padre Cícero para, depois, torná-lo santo

O processo está sendo analisado pela Congregação para a Doutrina da Fé que, até 1967, era denominada Santo Ofício e, num passado mais remoto, tem seu nome mais conhecido: Inquisição Romana. Uma curiosidade é que Papa Bento 16, quando atendia apenas pelo nome de cardeal Joseph Ratzinger, antes de se tornar Sumo Pontífice, era "ministro" do papa para a Congregação - justamente a responsável pelos processos como os que vitimaram Padre Cícero.

“Apresentamos uma memória histórica da vida de Padre Cícero, contextualizando os acontecimentos relacionados aos Factos de Joaseiro de 1889-1892. Temos, por isso, cartas, declarações, atas, abaixo-assinados, solicitações, interlocutórias e outros documentos que foram anexados à própria petição, de dom Fernando Panico, de reabilitação eclesial de Padre. Cícero”, explica padre Roserlândio.

Novamente, cabe a dom Fernando Panico a tarefa de tirar da “marginalidade” o culto a Padre Cícero. O bispo trabalhou antes no Maranhão e Piauí. É, portanto, habituado às especificidades da fé cristã no Nordeste. “Muitos do povo atribuem ao padre Cícero a cura de um câncer do qual dom Fernando foi acometido alguns anos atrás”, conta padre Roserlândio.

O processo está sendo analisado pela Congregação para a Doutrina da Fé que, até 1967, era denominada Santo Ofício e, num passado mais remoto, tem seu nome mais conhecido: Inquisição Romana. Uma curiosidade é que Papa Bento 16, quando atendia apenas pelo nome de cardeal Joseph Ratzinger, antes de se tornar Sumo Pontífice, era "ministro" do papa para a Congregação - justamente a responsável pelos processos como os que vitimaram Padre Cícero.

“Apresentamos uma memória histórica da vida de Padre Cícero, contextualizando os acontecimentos relacionados aos Factos de Joaseiro de 1889-1892. Temos, por isso, cartas, declarações, atas, abaixo-assinados, solicitações, interlocutórias e outros documentos que foram anexados à própria petição, de dom Fernando Panico, de reabilitação eclesial de Padre. Cícero”, explica padre Roserlândio.

Novamente, cabe a dom Fernando Panico a tarefa de tirar da “marginalidade” o culto a Padre Cícero. O bispo trabalhou antes no Maranhão e Piauí. É, portanto, habituado às especificidades da fé cristã no Nordeste. “Muitos do povo atribuem ao padre Cícero a cura de um câncer do qual dom Fernando foi acometido alguns anos atrás”, conta padre Roserlândio.
Fonte: Portal iG

quinta-feira, 28 de julho de 2011

McLuhan visionário da internet

Visionário da internet, McLuhan completa 100 anos e ganha eventos no Brasil
Filósofo canadense previu, com décadas de antecedência, que a tecnologia transformaria o planeta em uma "aldeia global"


Em 21 de julho, um dos pensadores mais originais do século 20 completaria 100 anos. Doutor em filosofia por Cambridge, a universidade inglesa especialista em lapidar gênios, o canadense Marshall McLuhan (1911-1980) criou conceitos como “o meio é a mensagem” e “aldeia global” muitos anos antes que você pudesse acessar o iG no seu computador, no seu iPhone ou no seu iPad a partir do Japão, dos Estados Unidos ou da Espanha. Ele definiu experiências muito tempo antes que as pessoas pudessem vivê-las, como os aparelhos que são extensões dos nossos próprios corpos, inseparáveis das nossas vidas, como os celulares. Ou como pesquisas recentes mostram, o fato de usarmos a internet como "memória externa".

Ao longo deste ano de 2011, várias universidades no Brasil e no exterior estão organizando eventos para debater a obra de McLuhan. Em maio, foi a vez da Universidade de São Paulo. Entre os dias 16 e 18 de novembro, a PUC do Rio Grande do Sul receberá uma conferência internacional sobre ele. Um dos convidados é o filho de McLuhan, Eric McLuhan, do Instituto Harris for the Arts. Todos vão debater as pistas que ele deixou e que ajudam a entender por que, nos últimos 30 anos, a sensação de que o mundo se tornou menor deixou os gramados das universidades para ganhar as cabeças dos adolescentes que jogam online contra outros jovens em partes distantes do planeta.

No vídeo, McLuhan diz a professor: "Você não entendeu nada"


Não é uma tarefa muito simples. McLuhan estava mais preocupado em entender o mundo e criar conceitos que pudessem explicar as mudanças que ele presenciava, como os efeitos da expansão da televisão sobre a vida das pessoas, do que em ser facilmente compreendido. No filme “Noivo nervoso, noiva neurórica", de Woody Allen (veja vídeo ao lado, em inglês), há uma cena clássica.

Na fila do cinema, um professor universitário desfila todas as suas opiniões sobre o autor. O personagem interpretado por Woody Allen o aborda e diz que ele não sabe nada. O professor fica ofendido. Então Allen chama o próprio McLuhan, que aparece, de repente, para corroborar: o professor não tinha entendido nada mesmo. De fato, seus textos parecem seguir o ritmo do seu raciocínio, tornando um tanto complicado saber os caminhos que ele está seguindo.

Isso não significa que ele tenha sido um pensador ermitão ou que fizesse questão de ser difícil: era figura frequente na TV durante os anos 1970 e certamente, se estivesse vivo, teria muitos seguidores no Twitter e fãs no Facebook. Ele fazia questão de se expressar em máximas. Muitas delas, aliás, cabem nos 140 caracteres de um SMS, como “a política oferece respostas de ontem para questões de hoje”. Ele simplesmente não tinha muita paciência para ficar explicando tudo com muitos detalhes.

Porém, ele não apenas previu – também faz parte da galeria de inventores, mesmo que indiretamente. Para muito especialistas, como Tim Wu, da Universidade Columbia, em Nova York, a internet não nasceu apenas do desejo de militares americanos de interligar seus computadores. Ela foi moldada por uma geração de engenheiros contemporâneos a McLuhan que se inspirou nas obras do filósofo canadense. Uma delas, a da aldeia global: um mundo cada vez mais interligado no qual um número cada vez maior de pessoas se sente parte de algo comum – nem que seja apenas o desejo de estar conectado.

Entrevista do filósofo à TV americana, em 1976

Ao definir que o “meio é a mensagem”, McLuhan também influenciou a elaboração de vários produtos que hoje fazem parte da vida de milhões de pessoas. Ele percebeu que os meios de comunicação não apenas transmitem uma mensagem, mas também são a mensagem: se a televisão permitiu que uma empresa falasse para muitas pessoas, os criadores do YouTube notaram que muitas pessoas queriam se comunicar com muitas pessoas – e fizeram com que isso fosse possível. A mensagem do YouTube não é apenas o vídeo com a declaração de amor à namorada. Também é uma declaração de que muitas pessoas podem fazer declarações públicas para a namorada que serão vistas por milhares de pessoas, com todas as conseqüências que isso pode ter. Uma delas, de que a privacidade já não é algo pelo qual as pessoas zelam com afinco. A outra, de que muitas pessoas precisam de declarações de amor públicas, como se apenas as coisas ditas para muitas pessoas fosse realmente importante.

Não à toa, McLuhan se tornou o “pajé” da nossa aldeia global – ou como definiu a revista Wired, uma das principais publicações sobre tecnologia do mundo, “santo padroeiro” da web. Hoje, é impossível distinguir onde começa e termina sua influência porque ela está em todos os aspectos da nossa vida: ora como uma assustadora previsão sobre o cotidiano ora como inspiração para as tecnologias que nos fascinam. Não é pouco para o homem que dizia que nunca seria um acadêmico e que tinha no exercício diário do pensamento uma de suas maiores diversões.
Fonte: Portal iG

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Espanha, extrema-direita, xenofobia

Espanha: extrema-direita causa polêmica após lançar vídeo xenófobo na internet como parte da campanha para as eleições municipais em 22/05/2011 pelo partido PxC

Três garotas aparecem em um vídeo pulando corda de minissaia ao ritmo de uma canção tradicional em Igualada, na Espanha. De repente, a imagem muda e uma legenda avisa que estamos em "Igu-Al-Ada 2015", mostrando três mulheres de burka pulando ao ritmo de música árabe. Em seguida aparece uma mensagem alarmista: "Você pode impedir que este pesadelo se torne realidade. Em Igualada, Plataforma pela Catalunha (PxC)".
http://mais.uol.com.br/view/11435653
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Trata-se do último golpe de efeito do partico PxC, uma agremiação em pleno auge criada há nove anos na província industrial da Catalunha. A propaganda, parte da campanha para as eleições municipais espanholas de 22 de maio, provocou uma intensa polêmica no país. Seu principal cavalo de batalha é acusar os imigrantes (5,7 milhões, ou 12% da população) de ser os grandes responsáveis pela criminalidade e pelo desemprego, que afeta 20% dos espanhóis.

"Não temos muito dinheiro. Por isso fiz este vídeo com a ideia de criar um impacto, mas nunca imaginei que teria tanta repercussão", disse ao Opera Mundi Roberto Hernando, número dois do partido e autor do vídeo. "Desde então, não paramos de receber emails e cartas de pessoas de toda a Espanha pedindo nossa expansão. Com a crise, não deveria entrar mais nenhum imigrante, menos ainda os muçulmanos, que querem impor sua cultura aos demais."

Atualmente, o PxC conta com 17 conselheiros na Catalunha (obteve 75 mil votos nas últimas eleições regionais, em 2010, quase 3% do total) e espera chegar a 100 no próximo pleito, graças sobretudo ao apoio que recebe nas localidades deprimidas do interior da província, onde há muitos imigrantes e a crise é mais percebida.

Hernando afirmou que está em coordenação com outros partidos radicais europeus, como o austríaco FPO (seu líder, Heinz-Christian Strache, assistiu recentemente a um comício do PxC), Filip Dewinter, do partido Vlaams Belang, da Bélgica, e a italiana Liga Norte, com a ideia de criar um movimento "identitário' na Europa.

Peixes grandes'

Mas o discurso antiimigração na campanha não se limita a grupos ainda minoritários. O principal grupo opositor, o Partido Popular (PP), de centro-direita, subiu no barco depois que seu candidato em Badalona (uma localidade próxima à Barcelona), Xavier García Albiol, prometeu rigor contra a imigração ilegal. Além disso, o partido acusa os imigrantes de se aproveitarem dos serviços sociais, como auxílios à moradia e à saúde. Isso apesar de o PP manter um discurso muito mais conciliador em outras partes da Espanha para atrair o voto imigrante, o que muitos denunciam como hipocrisia.

Ainda assim, poucos acreditam que o populismo antiimigração domine a campanha, e menos ainda que a ultradireita espanhola vá crescer tão rápido quanto em outros países europeus, embora deva, sim, servir de alerta para o futuro.

Josep Oliver, professor de economia da Universidade Autônoma de Barcelona, observa que um terço do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) deveu-se aos 5 milhões de imigrantes que chegaram à Espanha entre 1997 e 2008, antes do colapso econômico, trabalhando principalmente em construção e turismo, algo que a maioria dos espanhóis reconhece.

"O discurso antiimigração é falso. O grande benefício na Espanha é o auxílio-desemprego, mas ele está ligado ao fato de se ter trabalhado antes, e muitos imigrantes acabam de fazê-lo. Além disso, eles usam menos serviços públicos que os nativos por sua estrutura demográfica, já que a maioria tem entre 20 e 45 anos e, portanto, não vai à escola e adoece menos", afirmou Oliver.

Ele acrescenta que também é um erro supor que os nativos poderiam fazer o trabalho dos imigrantes, já que estes, na maioria, desempenham tarefas penosas com remuneração muito baixa. "Não faz sentido expulsar os imigrantes, sobretudo se lembrarmos que voltaremos a precisar deles quando nos recuperarmos, daqui a cerca de cinco anos", diz. "Por sorte, a sociedade espanhola, à exceção de lugares muito específicos, continua tendo uma boa imagem da imigração. Se a crise se prolongar por muitos anos, aí, sim, tudo isso poderá mudar."
Fonte: Ópera Mundi

"Política migratória européia é uma farsa", denuncia especialista espanhol

Entrevista de Eduardo Romero especialista espanhol em imigração e autor do recém-publicado "Um desejo apaixonado por um trabalho mais barato e serviçal".

O drama da imigração ilegal chamou a atenção recentemente com o caso de uma mulher que deu à luz em uma balsa de imigrantes ilegais africanos que tentavam chegar à costa espanhola. A Espanha é uma das principais portas de entrada de imigrantes para a Europa, vindos tanto da África quanto da América Latina.

Mas a grande maioria dos imigrantes que conseguem chegar ao território espanhol acaba expulsa, sendo explorada como mão-de-obra barata ou sofre maus tratos e até mesmo tortura em algum dos nove centros de internação de estrangeiros no país. Uma situação que, longe de melhorar, piora a cada dia, como afirmou ao Opera Mundi Eduardo Romero, especialista espanhol em imigração e autor do livro recém-publicado "Um desejo apaixonado por um trabalho mais barato e serviçal".

Como o senhor se interessou pelo tema da imigração ilegal?
Há oito anos, formamos um coletivo social em Astúrias (norte da Espanha) chamado Associação Chambalache. A imigração não era um tema central. Onde vivo, os imigrante são menos de 5% da população. Mesmo assim, logo vimos perseguições, batidas racistas em pontos de ônibus, de trem, nas ruas, e abusos cometidos nos porões das delegacias. Um imigrante africano nos contou que atiravam a comida ao chão para que os negros comessem. Também há casos em que a polícia municipal espanca e persegue vendedores ambulantes que trabalham sem documentos. Sentimos o dever de denunciar isso.

Em seu livro, você diz que a política de imigração é uma espécie de reforma trabalhista encoberta.
A política migratória da Espanha e da União Europeia se apresenta como algo inovador, mas é muito similar à gestão das migrações na Europa no século XX e em parte do século XIX. Por exemplo, em um famoso discurso, o general francês Charles de Gaulle pediu às francesas que tivessem dois milhões de lindos bebês: milhões de pessoas tinham morrido na Europa e, em 1945, havia uma expectativa de crescimento econômico. Esse crescimento, no fim, só foi possível graças a milhões de imigrantes da Espanha, Itália, Turquia e das ex-colônias francesas.

Na Espanha, durante o boom econômico de 1994 a 2007, foram criados oito milhões de postos de trabalho assalariados, passando de 12 a 20 milhões, um salto que só foi possível com a incorporação em massa de mulheres nativas e o recrutamento em massa da população imigrante, que passou de um milhão em 2000 a 5,7 milhões hoje. A existência de uma bolsa de imigrantes clandestinos ao lado de milhões de imigrantes com documentos dispostos a exercer os piores empregos foi um elemento central por trás do crescimento econômico na Espanha, concentrado em setores intensivos em força de trabalho barata, como construção, turismo e agricultura em estufa no Levante e no sul.

Mas a Espanha e a UE não parecem querer frear esta situação por meio das expulsões de imigrantes?
Não se trata disso, a política migratória europeia é uma farsa. As expulsões não são um mecanismo para reconduzir os fluxos migratórios, e sim uma maneira de provocar medo e insegurança para que os dois milhões ou mais de imigrantes que não têm documentos ou permissões temporárias de trabalho em território espanhol sintam a ameaça da possibilidade de expulsão. Na Espanha, há cerca de 13.000 expulsões por ano, o que não significa nada em termos estatísticos.

O que acontece com os imigrantes que chegam de bote, por exemplo, às Ilhas Canárias?
Ao chegar, são imediatamente detidos em centros de internação para estrangeiros (CIE). Alguns são expulsos nas semanas seguintes, mas em outros casos não existe convênio de repatriação com seus países, ou não é possível determinar sua nacionalidade, ou não é econômico fretar um voo para esse lugar de origem. Então, quando acaba o período máximo de internação de 60 dias e não se pode retê-los por mais tempo, são feitos voos das Canárias à península, para onde os imigrantes viajam sob escolta policial e depois são abandonados à própria sorte em alguma cidade espanhola.

No caso dos CIE na península, quem esgota o período de internação precisa ser libertado e volta à situação de clandestinidade, carregando uma ordem de expulsão que não foi revogada com a passagem pelo CIE. Assim, é quase impossível conseguir documentos, pois a ordem de expulsão não permite. Frequentemente, os imigrantes passam várias vezes pelos centros de internação. Muitos já estão há três, quatro anos na Espanha, não se trata só de recém-chegados.

Então qual é o sentido disso?
Justamente - o único sentido que vemos é o de criar uma situação de insegurança entre os imigrantes.

Qual é a situação nos nove CIE na Espanha?
Há maus tratos físicos e psicológicos, as condições de vida são terríveis. Por exemplo, há mulheres que sofreram abortos por causa das condições de ansiedade e de vida, existem celas de isolamento nesses centros, que supostamente não são carcerários, e às vezes as pessoas recebem atendimento médico nos corredores porque não há lugar adequado. As mulheres em Aluche, em Madri, relatavam que não podiam ir ao banheiro à noite, e por isso tinham de pendurar os sacos com suas fezes na janela que dava para o pátio. Como esses sacos caíam no chão durante a noite, pela manhã as mulheres tinham de passear por onde eles haviam caído.

O mais grave são as torturas, os abusos sexuais que ocorreram no centro de Málaga. Quando as mulheres denunciam isso, são imediatamente deportadas. Têm ocorrido protestos nos CIE. Quando estive na Catalunha, havia uma greve de fome no centro de Barcelona. Muitos foram deportados para que o protesto acabasse.

Tem havido melhoras?
De modo algum. Anunciam-se reformas - a regulamentação da nova lei para estrangeiros aprovada em 2009, que ainda não foi feita e seguramente não o será até 2011, inclui regras mais detalhadas para os CIE. Será permitida a entrada de organizações sociais independentes, mas até agora só entraram entidades ligadas ao Estado que não garantem nenhuma transparência.

A situação dos imigrantes ilegais na Espanha é diferente de outros países europeus?
Os CIE se espalharam por toda a Europa. A UE aprovou a chamada diretriz da vergonha, que estabelecia como limite de internação um período de 18 meses. Assim, eu não distinguiria na UE entre países que são mais duros e países que são mais brandos. Sem falar nas cadeias totalmente ilegais para imigrantes em todo o norte da África, endossadas por acordos com a UE, como aquele entre a Itália e a Líbia, que inclui até sacos para cadáveres.

O senhor prevê um retorno em massa de imigrantes por causa da crise econômica na Europa?
No início dos anos 1970, com a crise do petróleo, surgiram vozes a favor do retorno em massa de imigrantes de países europeus desenvolvidos, como Alemanha, Suíça e Reino Unido, mas isso não aconteceu. A maioria ficou porque já se havia reunido com suas famílias e conseguido permissões de trabalho. Às economias desenvolvidas europeias também interessava que eles ficassem, pois uma das respostas à crise é desvalorizar mais as condições de trabalho.
Agora acontece algo semelhante. Há quem exija um retorno em massa. Alguns voltam, mas a maioria ficará, pois politicamente é complicado levar a cabo esse retorno, e a economia espanhola não tem outra maneira de competir neste sistema de capitalismo competitivo em escala mundial a não ser continuar desvalorizando as condições de trabalho tanto de nativos quanto de imigrantes. E ter uma bolsa de trabalhadores imigrantes dispostos a trabalhar em condições especialmente miseráveis continua sendo atraente. Além disso, na Europa, as autoridades estão preocupadas com o envelhecimento da população e veem a imigração como um processo para conter isso.

Há alguma solução?
Nós não idealizamos a imigração nem decidimos que quanto mais, melhor. As migrações geram conflitos. Acreditamos que é preciso garantir a livre mobilidade de pessoas no mundo, mas elas também deveriam ter direito a permanecer em sua própria casa em condições de vida dignas. Para que isso seja possível, sem dúvida é necessário pôr fim ao sistema capitalista que obriga milhões e milhões de pessoas a fugir de seus locais de origem.

As migrações ocorrem, sobretudo, porque criamos um modelo espoliador dos recursos dos países de origem, obrigando as pessoas a ir à Europa para tentar a vida. Assim, nos parece bom que os conflitos ocorram não só no Congo, Sudão, Somália, mas também nos bairros europeus, para que esse modelo seja posto em questão. Por exemplo, muitos dos imigrantes senegaleses que vendem discos nas ruas de cidades europeias eram pescadores, e seus recursos foram espoliados pelas frotas pesqueiras europeias. É um escândalo.
Fonte: ÓperaMundi

A raiz do racismo

Teste do Racismo em Crianças

Os psicólogos americanos Mamie e Kenneth Clark fizeram esse teste acerca das raças em 1947. Recentemente foi feita uma nova pesquisa nos EUA e o resultado não mudou muito.


http://www.arrobazona.com

Multiculturalização

Quais de Seine - Paris je t'aime

Une merveilleuse histoire de deux ados qui se lient d'amitié.
Une belle leçon de tolérance et d'amour sans frontières.



Quais de Seine - Paris je t'aime por coach-michel

terça-feira, 26 de julho de 2011

Cresce total de alunos fora da série adequada

Porcentual no último Censo Escolar foi de 23,6% no ensino fundamental e 34,5%no ensino médio

Agência Brasil

Um em cada cinco estudantes brasileiros do ensino fundamental está atrasado na escola. No ensino médio, pelo menos três cada dez alunos também estão nessa situação. É o que mostram os dados do Censo Escolar 2010 sobre as taxas de distorção idade-série. O indicador mede a proporção de alunos que não está matriculada na série indicada à faixa etária.
Foto: Cinthia Rodrigues Sala de aula em que metade dos alunos repete o ano

Pela legislação que organiza a oferta de ensino no país, a criança deve ingressar aos 6 anos no 1° ano do ensino fundamental e concluir a etapa aos 14. Na faixa etária dos 15 aos 17 anos, o jovem deve estar matriculado no ensino médio. De 2008 a 2010, o percentual de alunos fora da série adequada para a idade registrou leve alta. Em 2008, a taxa era 22,1% no ensino fundamental, passou para 23,3% em 2009 e para 23,6% em 2010. No ensino médio, o percentual era de 33,7% em 2008, foi para 34,4% em 2009 e chegou a 34,5% no ano passado.

Para a secretária de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Maria do Pilar Lacerda, essa estagnação é resultado do arrefecimento da política de progressão continuada. Muitas redes de ensino que tinham como orientação a não reprovação dos alunos nos primeiros anos do ensino fundamental mudaram essas diretrizes. “Isso provocou uma manutenção da reprovação, quando ela é grande causa a distorção idade-série. Hoje já se pensa em políticas de correção de fluxo e de aprendizagem sem usar a reprovação, como o reforço escolar”, explica.

Apesar da estabilidade na taxa de distorção da idade-série nos últimos anos, Maria do Pilar destaca que na última década a redução do índice foi maior: entre 2001 e 2011 essa diferença caiu 16 pontos percentuais no ensino médio e 19 pontos percentuais no ensino médio. Ela acredita que a taxa deve continuar a cair e aponta que o patamar adequado seria entre 3% e 4%.

“Por exemplo, um aluno com necessidades especiais às vezes tem uma adaptação escolar mais difícil, principalmente quando vêm de uma escola especial. Ou uma criança que deixou a escola por algum tempo por problemas familiares. Você pode ter algum tipo de distorção idade-série, mas ela teria que ser sempre traço. Nunca poderíamos achar que 10% já é um índice bom”, avalia.

A taxa de distorção idade-série atinge picos no 6° ano do ensino fundamental, onde 32% dos alunos estão atrasados, e no 1° ano do ensino médio, quando o problema atinge 37,8% dos jovens. Segundo Pilar, o MEC preparou um material específico para trabalhar com alunos de 15 a17 anos que ainda estão no ensino fundamental. Será uma espécie de “curso” especial em que o conteúdo será ministrado de forma diferenciada, bem como a organização dos alunos. Em 2009, metade dos adolescentes de 15 a 17 anos não frequentava a série adequada para sua faixa etária, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O projeto permitirá que em um ano ele receba o certificado de conclusão e possa seguir para o ensino médio. O material estará disponível no site do MEC e também poderá ser solicitado pelas escolas. Na avaliação da secretária, os adolescentes repetentes que estudam com crianças mais novas acabam com problemas de socialização. “Ele fica convivendo com grupos de idade que não têm muito a ver com ele. E começa a ser visto como o bagunceiro, aquele que é expulso de sala, o mau aluno”, aponta.
Fonte: Portal iG

Viva a disfuncionalidade do Brasil! Ou a falta que faz Darcy Ribeiro!


Do Tijolaço

O assassino em massa norueguês Anders Behring Breivik cita o Brasil, no manifesto racista que divulgou na internet, como um exemplo do que a “mistura de raças” produz em uma nação.

Segundo sua mente transtornada pelo ódio, seríamos assim “por causa da “revolução marxista brasileira”, o Brasil teria se tornado uma mistura de raças o que se mostrou uma “catástrofe” para o país que é “de segundo mundo” com um baixo nível de coesão social. Os resultados seriam os altos níveis de corrupção, baixa produtividade e conflitos entre as diferentes culturas”.

Breivik é um doente, mas a forma que sua doença assume é moldada por um caldo de cultura que existe aqui também, embora nem todos os que pensam como ele vão sair fuzilando dezenas de jovens. Mas ele existe e tem muita gente que está mergulhada nele e, mesmo sem verbalizar ou escrever isso, acha que o Brasil negro, mestiço, cafuzo, mulato, é a praga e o atraso deste país.

Cheios de dedos, para não explicitar seu racismo social, o que eram os que reclamavam daquela “gente diferenciada” que uma estação do Metrô traria a Higienópolis?

Mas deles a gente está cansado de falar.

Nós também temos culpa nisso.

Porque paramos de celebrar, por nos agarrarmos – usando a expressão do próprio terrorista, em seu manifesto – à idéia de tribo, de grupo fechado por alguma razão: etnia, gênero, ideologia, a riqueza da diversidade.

A maior perversidade da discriminação é essa: a de nos cegar para vermos a riqueza de nossa igualdade humana.

Estamos, com razão e por dever, tão presos a afirmar os direitos de grupos – e todos eles os têm e são invioláveis – que descuidamos de proclamar a maravilha de nossa grande – por que não assumir a palavra – disfuncionalidade.

Porque o ser humano não é uma função. Não é uma peça, um produto, algo feito em série, para cumprir um papel.

O milagre do povo brasileiro não é apenas respeitar a diversidade, mas ter forjado nela uma unidade nessa tão rica e una diferença.

Disfuncional, para aquele lunático terrorista.

Desprezível, para nossas elites, que nos consideram, por isso, inferiores, embora não tenham mais coragem de afirma-lo com todas as letras, o que não os impede de colocar cercas eletrificadas, insulfilme e, sobretudo, de aderir e aplaudir a ideia de que este país seja de todo o seu povo.

Que falta nos faz um Darcy Ribeiro agora – e como nossa intelectualidade se empobreceu por não os produzir às centenas – que proclame nossa miscigenação como virtude e avanço, e não esqueça dela porque tenha medo de dizer que ela é boa, porque soma todos os que somos iguais: negros, brancos, amarelos, índios e até nossos noruegueses.

Como debocharam da ideia generosa do “socialismo moreno” que ele, Darcy, e Leonel Brizola, apregoaram diante de seus narizes torcidos, tentando dizer que, numa sociedade justa, aberta e igualitária, todos nós em algumas gerações, seríamos da mesma cor, feita de todas as cores.

Como zombaram da ideia de uma “civilização dos trópicos”, por acharem boa, mesmo, aquelas frias e funcionais, que produzem desvios assim. E não é de hoje, vide as barbaridades coloniais, depois o nazismo e estes seus filhos tardios.

Não temos de ser funcionais, o que nada tem a ver com não sermos racionais.

Um país, como ser humano, vive em busca da felicidade.

E felicidade é um estado de alegria coletiva, de aceitação, do que o Frei Leonardo Boff dizia ser a festa, onde as pessoas dizem sim a todas as coisas.

É, porque a gente precisa entender e sentir que o não só tem sentido, quando se nega o sim para alguém. Nós não temos ódio, mas não descuidamos de lutar pelo direito – e o dever – de amar.

É isso: só o que temos contra nossas elites é não aceitar que o povão seja gente. É não entender o verso do Tom que diz que é impossível ser feliz sozinho.

O Rolex e a futilidade a gente aceita e tolera.

E ainda pergunta que horas são.

Al-Qaeda cristã



Pepe Escobar, Asia Times Online

Tradução do coletivo da Vila Vudu

Progressistas ocidentais devem acender o alerta vermelho. Tabus terão de ser superados – principalmente para que se identifiquem as estratégias misturadas mas quase sempre violentas empregadas pelo fundamentalismo cristão de ultra-direita e pelos sionistas, para fomentar a islamofobia no ocidente.

Imaginem se Anders Behring Breivik, louro, branco, 32 anos, olhos azuis, 100% norueguês, doido varrido cristão fundamentalista de direita e fascista, responsável pela explosão em Oslo e pelo assassinato deliberado (= targeted assassinations, diria a CIA) na ilha de Utoya que matou 93 pessoas… fosse imigrante e muçulmano.

Nem é preciso imaginar – porque os círculos concêntricos da indústria ocidental de islamofobia imediatamente atribuíram o massacre na Noruega à “al-Qaeda”. Depois, os fatos impuseram-se.

Mas, esperem… “Targeted assassinations”? Assassinatos deliberados, uma bala milimetricamente em cada cabeça? Ninguém pode duvidar, nem por um instante, que o assassino tenha pensado numa fórmula segundo a qual, se o governo de Barack Obama pode fazer – no Af-Pak, no Iraque, no Iêmen, na Somália, e sempre em nome da civilização ocidental – nada poderia impedir que um escandinavo sarado exercesse idênticos direitos de matar, em sua terra.

As tendências sobrepostas da ideologia da al-Qaeda podem ser examinadas em detalhes, em livros como Al-Qaeda in Its Own Words [Al-Qaeda em suas próprias palavras], editado por Gilles Kepel e Jean-Pierre Milelli, publicado em inglês pela editora da Universidade de Harvard.

Breivik, o solitário, também escreveu seu próprio tratado-manifesto de ódio [1]. São 1.500 páginas[1] e leva o título de 2083: Declaração de Independência Europeia. Aí também detona a democracia, o multiculturalismo e “o marxismo cultural” que estariam, para ele, destruindo a civilização cristã europeia.

Quer dizer, dado que a al-Qaeda – agora sob a liderança ideológica do Dr. Ayman al-Zawahiri –, já está em guerra de jihad defensiva (vez ou outra ofensiva) contra cristãos e judeus, Breivik convoca nada menos que uma jihad cristã para defender a Europa de nova invasão de muçulmanos.

A volta dos cruzados cristãos

O que comprova que Breivik não é doido solitário é que a ideologia que há por trás do manifesto não condena só todo o Islã per se, a imigração de muçulmanos para a Europa e o multiculturalismo, mas também as soluções neonazistas e raciais suprematistas que se usaram contra esses “males”.

Breivik, assassino de massa que adora canções do [festival] Eurovision e o seriado norte-americano The Shield [um esquadrão da morte: policiais que fazem justiça pelas próprias mãos], e que tem porte autorizado de arma para uma Glock, um rifle automático e outra pistola, é típico apóstolo da nova narrativa da ultra-direita paneuropeia mais sofisticada – segundo a qual a batalha pela alma da Europa será disputada no campo da cultura.

Depois de rápida visita à Dinamarca e sul da Suécia no outono de 2010, escrevi sobre essas questões mais amplas (“Letter from Islamophobistan”, Asia Times Online, 22/10/2010, http://www.atimes.com/atimes/Front_Page/LJ22Aa01.html).

Breivik dá um passo adiante, porque acrescenta armas ao novo pensamento –, porque não se trata de os muçulmanos serem biologicamente inferiores ao ocidente cristão; o problema é que os princípios do Islã são absolutamente incompatíveis com o ocidente.

É questão cultural. “Eles” não partilham “nossos valores” nem nosso modo de vida. Em esperto movimento de ‘marketing’ (ou de “Relações Públicas” como se diz nos EUA), essa explicação culturalista visa a atrair também os moderados europeus.

Breivik e sua gangue culpam a democracia parlamentar ocidental como um todo – aí incluído o ‘politicamente correto’ – por permitir que os muçulmanos estabeleçam-se na Europa como cavalos de Tróia. Tudo e todos são ameaças – a al-Qaeda, tanto quanto a burocrática União Europeia e a ONU multicultural. Breivik e os dele são, todo o tempo, Huntingtonianos – temendo um choque de civilizações bem ali, em casa.

Não surpreende que o passo lógico tenha sido para Breivik tornar-se versão moderna dos Cavaleiros Templários em seu manifesto incongruente – e, assim, cria um caso exemplar. A agenda dos Templários: “tomar o controle político e militar dos países da Europa Ocidental e implementar uma agenda política e cultural conservadora”.

“Al-Qaeda” – ou a nuvem de franquias e simulacros rotulada como “al-Qaeda” – não tem os recursos necessários para atacar a Europa e, além do mais, essa não é sua prioridade”; prioridade é o Af-Pak, a Ásia Central e a Índia, como já declarou Ilyas Kashmiri, principal comandante militar da al-Qaeda. Mas a prioridade do terror fundamentalista cristão é, declaradamente, a Europa. E os ataques virão tanto de loucos solitários, como Breivik, quanto de grupos organizados.

Progressistas ocidentais devem acender o alerta vermelho. Tabus terão de ser superados – principalmente para que se identifiquem as estratégias confusas mas quase sempre violentas empregadas pelo fundamentalismo cristão de ultra-direita e pelos sionistas, para fomentar a islamofobia no ocidente.

Por exemplo, os islamofóbicos, como os sionistas hardcore veem a opressão dos palestinos como defesa que Israel mobiliza num choque de civilizações. Breivik, discípulo modelo, elogia norte-americanos islamófobos notórios, como Pam Geller e Daniel Pipes, tanto quanto fustiga o apoio da Noruega à independência da Palestina e o reconhecimento como estado soberano.

Breivik escreveu: “É hipocrisia tratar muçulmanos, nazistas e marxistas como se fossem diferentes. Todos apoiam ideologias do ódio. Nem todos os muçulmanos, os nazistas e os marxistas são conservadores. Muitos são moderados. E que diferença faz?”

Não faz diferença: todos os fascistas são sedutores oportunistas. Haverá sangue – muito mais sangue, agora que a Europa terá de enfrentar o coração de suas trevas. Cuidado com o retorno – em massa – do cristão cruzado de olhos azuis.

Nota

1. Principais excertos retirados Repubblica, Itália, em http://download.repubblica.it/pdf/2011/memoriale_oslo1.pdf?ref=HREA-1.
Fonte: Vi o Mundo

Pré-escola da Suécia proíbe que crianças sejam tratadas como meninos e meninas

Não há livros infantis tradicionais como Branca de Neve, Cinderela ou os contos de fadas clássicos, disse Rajalin. Em vez disso, as prateleiras têm livros que lidam com duplas homossexuais, mães solteiras, filhos adotados e obras sobre "maneiras modernas de brincar".

Em conformidade com um currículo escolar nacional que busca combater a "estereotipação" dos papéis sexuais, uma pré-escola do distrito de Sodermalm da cidade de Estocolmo incorporou uma pedagogia sexualmente neutra que elimina completamente todas as referências ao sexo masculino e feminino.
Os professores e funcionários da pré-escola "Egalia" evitam usar palavras como "ele" ou "ela" e em vez disso se dirigem aos mais de 30 meninos e meninas, de idades variando entre 1 e 6 anos, como "amigos".

"A sociedade espera que as meninas sejam garotinhas gentis e elegantes, e que os meninos sejam viris, duros e expansivos", Jenny Johnsson, uma professora de 31 anos na escola que é sustentada por impostos dos trabalhadores suecos, disse para o jornal Daily Mail. "Egalia lhes dá uma oportunidade fantástica de ser quem quer que eles queiram ser". A diretora Lotta Rajalin disse para a Associated Press que a escola contratou um "pedagogo de diversidade sexual" para ajudar os professores e funcionários a remover as referências masculinas e femininas na linguagem e conduta, indo ao ponto de garantir que os jogos infantis de blocos Lego e outros brinquedos de montagem sejam mantidos próximos aos brinquedos de utensílios de cozinha a fim de evitar que algum papel sexual tenha preferência.

Os pronomes suecos "han" e "hon" (ele e ela), por exemplo, foram substituídos na escola pela palavra sexualmente neutra "hen", um termo inventado que não existe em sueco, mas é amplamente usado pelas feministas e homossexuais.
"Nós usamos a palavra 'Hen' por exemplo, quando um médico, policial, eletricista ou encanador, etc., está vindo à pré-escola", disse Rajalin. "Nós não sabemos se é ele ou ela. Por isso, dizemos: 'Hen está vindo aqui lá pelas 14h'.Então as crianças poderão imaginar tanto um homem quanto uma mulher. Isso amplia a perspectiva delas".

Além disso, não há livros infantis tradicionais como Branca de Neve, Cinderela ou os contos de fadas clássicos, disse Rajalin. Em vez disso, as prateleiras têm livros que lidam com duplas homossexuais, mães solteiras, filhos adotados e obras sobre "maneiras modernas de brincar".

"Um exemplo concreto poderia ser quando as meninas estão brincando de casinha e o papel de mãe já foi pego por uma e elas começam a disputar", disse Rajalin. "Então sugerimos duas ou três mães e assim por diante".
Contudo, nem todos os pais suecos estão apoiando a agenda de seu país que está eliminando os papéis sexuais.

"Diferentes papéis sexuais não são problemáticos enquanto têm valor igual", Tanja Bergkvist disse para a Associated Press, denunciando o que ela chamou de "loucura da diversidade sexual" na Suécia.

Bergkvist comentou que aqueles que estão promovendo a igualdade entre os sexos com iniciativas que demolem os papéis sexuais "dizem que há uma hierarquia onde tudo o que os meninos fazem recebe importância mais elevada, mas fico pensando: quem é que decide o que é que tem valor mais elevado? Por que há um valor mais elevado em brincar com carros?"

Bergkvist, que é uma crítica eloquente da promoção que o Estado faz de uma estrutura sexualmente neutra nas escolas e de ambientes acadêmicos focados em estudos de diversidade sexual, comentou em seu blog como exemplo da "loucura da diversidade sexual" no país que o Conselho de Ciências da Suécia, que é sustentado pelo governo, deu uma verba de 80 mil dólares para bolsas de estudos de pós-doutorado para pesquisas no "trompete como símbolo de diversidade sexual".
Fonte: Mídia Sem Máscara

Escolas federais são bons modelos, mas difíceis de replicar

Destaque em avaliação internacional, rede federal tem professores muito bem pagos, infraestrutura cara e seleção de alunos

Professores com pós-graduação e bem remunerados, infra-estrutura de ponta e, em alguns casos, seleção de alunos. Essa é a receita da rede federal de educação que tradicionalmente tem um bom desempenho no País. No último índice conhecido em 2010, o destaque foi internacional. Os resultados dos colégios militares e institutos federais, que compõem o sistema federal, colocaram os estudantes destas escolas entre os melhores do mundo no Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (Pisa). Os desempenhos obtidos por eles foram superiores aos obtidos por França, Estados Unidos, Israel e Canadá e só ficaram atrás de Japão, Coréia, Cingapura, Finlândia, Hong Kong e Shangai.

O Ministério da Educação (MEC) fez questão de divulgar os resultados obtidos pela rede federal em separado para mostrar que o Brasil consegue oferecer ensino público de qualidade. Porém, os diferenciais deste grupo vão muito além das carências primárias da rede pública comum.

O primeiro ponto de divergência é o investimento. Enquanto o gasto médio com cada aluno desta etapa de ensino da rede pública de Estados e municípios foi de R$ 2.317 em 2009, a média de investimento por aluno nos institutos federais foi de R$ 7,2 mil no mesmo período. Nos colégios militares, o investimento foi bem maior: R$ 14 mil. Com mais recursos, essas escolas conseguem oferecer equipamentos, laboratórios, bibliotecas, computadores, aulas de dança e atividades esportivas. No caso dos institutos, formação técnica e profissional no turno contrário ao das aulas.

Professores muito bem pagos

Além disso, podem investir na formação de professores e pagar salários bem mais altos. A média de um docente da educação básica no País é de R$ 1,5 mil, segundo o MEC. Quem consegue entrar nos concorridos concursos públicos dos institutos federais começa a carreira ganhando R$ 4 mil. Um doutor chega a receber R$ 11,7 mil por mês. Os gestores da rede federal, por tudo isso, já esperavam os bons resultados.

O diretor do Instituto Federal de São Paulo, Carlos Alberto Vieira, explica que a instituição vai do ensino médio integrado ao técnico até a pós-graduação. "Os professores são contratados para o instituto e podem dar aula tanto aos adolescentes quanto no mestrado. São profissionais muito bons", explica.

Getúlio Marques Ferreira, secretário adjunto de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, foi aluno, professor e diretor de institutos federais. Ele reconhece que a valorização da carreira dos professores, que possuem planos bem definidos de crescimento e encontram boa estrutura de trabalho, é um ponto central para o sucesso das escolas federais. Mas defende que a preocupação com uma formação mais ampla é o grande diferencial da rede.

“A estrutura de laboratórios, biblioteca, quadras esportivas e de lazer permite que o aluno permaneça na escola os três turnos. A formação integral do indivíduo é o que nos orgulha. Nosso objetivo não é manter uma formação tecnicista”, ressalta o secretário.

Para o Exército, esse também é um dos aspectos fundamentais para o sucesso dos colégios militares. Os estudantes têm inúmeras atividades disponíveis, como clubes de estudo, atividades de música, dança e esportivas.

Para poucos

Hoje, há 38 institutos federais funcionando no País, responsáveis por 354 unidades acadêmicas espalhadas em capitais e cidades do interior. Segundo Ferreira, eles são responsáveis pelo atendimento de 348 mil alunos. Até 2014, a expectativa é atender 500 mil jovens.

O sistema de colégios militares é composto por 12 instituições, que ficam nas cidades de Santa Maria (RS), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ), Juiz de Fora (JF), Belo Horizonte (MG), Salvador (BA), Recife (PE), Fortaleza (CE), Brasília (DF), Campo Grande (MS) e Manaus (AM). Juntos, eles atendem cerca de 14 mil alunos. O calendário e a proposta pedagógica é a mesma em todos eles.

Além de pouco numerosas, essas escolas não atendem qualquer aluno. No caso dos institutos federais, há prova de seleção para distribuir as vagas que chegam a ter concorrência de 70 inscritos por vaga. “Com certeza, o fato de pegarmos os melhores tem impacto, mas acredito que ele não é maior do que a estrutura oferecida pela escola”, pondera Ferreira. Vieira concorda. "Nossos alunos da Educação de Jovens e Adultos entram sem seleção e também têm resultado diferenciado", alega.

Alunos dizem que fazem a diferença

Os alunos pensam diferente. Para a maioria, o diferencial é a seleção, tanto de professores, quanto deles mesmos. "Aqui todo mundo tem um grande interesse em aprender", comenta Laerte Vidal Júnior, de 17 anos, que estudou em escolar particular antes de ser aprovado na seleção do Instituto Federal de São Paulo. O colega Ricardo Oba Costa, da mesma idade, é uma amostra do interesse pelo conhecimento. "Estou fazendo técnico em informática para aprender mais conteúdos da área de exatas. Pretendo cursar filosofia ou sociologia e sou realmente bom nas áreas de humanas, por isso vim para cá, para me ensinarem o que eu não sei", comenta.

Os amigos Caio Nery, de 17 anos, e Carolina Costa Silva, de 18, também acham que os alunos são o grande diferencial. Os dois estudaram o ensino fundamental em particulares, e ela chegou a fazer um cursinho para passar no Instituto Federal de São Paulo. "Sempre quis o melhor. O fato de todos aqui serem inteligentes, bem preparados e interessados faz as aulas renderem mais e os professores poderem ir mais longe", avalia ela.

No caso dos colégios mantidos pelo Exército, 70% dos alunos são filhos de militares (que ainda estão na ativa) e entram sem provas de seleção. Os outros 30% são civis ou militares que precisam passar em concurso. A prioridade das vagas nas escolas é para os estudantes que são transferidos de cidade com os pais.

Perspectivas ampliadas

Para Ângela Menezes, diretora do campus de Planaltina do Instituto Federal Brasília, o papel das escolas federais mudou ao longo dos anos. Inicialmente, o objetivo era colocar jovens de baixa renda no mercado de trabalho, os ajudando a definir uma profissão. Com o destaque que a rede ganhou nos últimos anos, o público e a disputa por vagas mudaram. “Os alunos sabem que, além de sair daqui com uma perspectiva profissional, eles podem ser aprovados nos melhores vestibulares do País e continuar sua formação”, comenta.

No campus de Brasília, um dos dois cursos oferecidos na modalidade integrada com o ensino médio, o de agropecuária, não tem uma concorrência grande. Cerca de quatro candidatos disputam cada vaga. Mas a formação atrai jovens de outros Estados, como Goiás, Minas Gerais e Bahia. Quem não tem condições de se manter pode disputar uma vaga na casa do estudante local, onde receberá alojamento e alimentação.
Os 550 alunos da instituição são atendidos por 68 professores. Desse total, 27 são mestres e sete, doutores. A maioria deles só atua na escola e pode desenvolver projetos de pesquisa e extensão. O salário mínimo inicial é de R$ 2,1 mil. Os alunos também contam com psicólogo, assistente social, médico e dentista para atendê-los. Podem fazer aulas de dança, teatro, música. “O que precisamos hoje é divulgar melhor a rede. Todos os semestres sobram vagas aqui”, afirma Ângela.

Os amigos Italo Daniel da Silva, 16, Ellen Cristina Gomes, 16, Geyse Luiza Fernandes, 16, Bruno dos Santos, 16, Helinton Soares, 16, Marcelo Ricardo da Silva, 16, e Laércio Mendes, 17, escolheram fazer o ensino médio junto com o ensino técnico em agropecuária por causa das possibilidades de mercado. Alguns pensam em cuidar dos negócios da família, que é produtora rural. É o caso de Marcelo, que saiu da Bahia para estudar em Brasília.

“Acho que vamos sair à frente dos outros. A gente amplia muito nossa visão aqui e os professores são muito capacitados”, afirma o estudante do 2º ano do ensino médio. Para os jovens, a experiência prática desenvolvida desde o começo do curso favorece a compreensão, inclusive, de conteúdos teóricos do ensino médio, que talvez não fariam sentido se restritos às explicações em sala de aula.
Italo conta que dificilmente um professor falta às aulas e isso, para ele, é fundamental. “Às vezes, temos aulas até domingo”, conta. “Acho que sairemos à frente na faculdade também”, completa.
Fonte: Portal iG

Repetência prejudica e encarece o ensino, diz pesquisa

Segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), 40,1% dos alunos brasileiros repetiram ano em 2009

A alta porcentagem de repetência leva a maus resultados acadêmicos, além de encarecer o sistema educacional, segundo conclusões de um estudo da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) publicado nesta quarta-feira com os resultados do Pisa (sigla, em inglês, para Programa Internacional de Avaliação de Alunos). Segundo o levantamento, no Brasil, em média 40,1% dos alunos repetiram no primário e no Ensino Médio. Segundo o censo escolar, o total de alunos fora da série adequada aumentou em 2010.

Os países nos quais a taxa de repetentes era mais alta são também aqueles nos quais seus alunos obtiveram as piores notas nas provas do Pisa de 2009, e 15% desses maus resultados se atribuem ao fenômeno da repetição, destacou a OCDE. Além disso, onde há mais repetentes, a associação entre maus resultados e os grupos socioeconômicos mais desfavorecidos é maior.

A porcentagem média de alunos que tinham repetido o primário e o Ensino Médio na OCDE em 2009 era de 13%, mas alguns países superavam a cota de 25%, como Holanda (26,7%), Bélgica (34,9%), Portugal (35%), Espanha (35,3%), Luxemburgo (36,5%) e França (36,9%). Também superaram esse índice de 25% outros países associados ao relatório Pisa: Peru (28,1%), Trinidad e Tobago (28,8%), Panamá (31,8%), Argentina (33,8%), Colômbia (33,9%), Uruguai (38%), Tunísia (43,2%) e Macau (43,7%). No extremo oposto, a repetição não existia no Japão, Coreia do Sul e Noruega, e os repetentes eram menos de 3% na Islândia (0,9%), Eslovênia (1,5%), Taiwan (1,6%), Azerbaijão (1,7%), Cazaquistão (1,7%), Montenegro (1,8%), Sérvia (2%), Reino Unido (2,2%), Croácia (2,8%) e Finlândia (2,8%).

Além da ineficácia acadêmica, repetir tem um alto custo pela necessidade de financiar um ano suplementar da formação de um aluno e atrasa a sua saída para o mercado de trabalho. Calcula-se que a Bélgica tem a maior despesa em educação, em 13%, seguida pela Holanda, com 11%, Espanha com 10% e Alemanha com 8%, enquanto diversos países investem menos de 2% para o ensino.

O estudo também põe em evidência que os países nos quais se transferem alunos a outros centros por seus baixos resultados escolares, problemas de disciplina e necessidades pedagógicas específicas têm resultados acadêmicos globais desfavoráveis. Concretamente, mais de um terço das diferenças nas notas do Pisa entre países está relacionado com essas transferências, que "tendem a favorecer uma segregação sócio-econômica" e a concentrar os estudantes de origens desfavorecidos nos centros com médias mais baixas. De acordo com a conclusão da OCDE, os professores de sistemas educacionais nos quais se recorre abundantemente à repetição ou à transferência a centros especiais dos alunos com dificuldades têm menos incitações para ajudar-lhes.
*Com informações da EFE
Fonte: Portal iG

Total de alunos cai na rede pública e cresce na particular

Em instituições particulares número de matrículas cresceu 250 mil de 2009 para 2010 e bateu recorde da série histórica

Pelo segundo ano consecutivo, o Censo Escolar mostrou uma queda no total de alunos matriculados na Educação Básica. De 52,6 milhões em 2009, o Brasil passou para 51,5 milhões em 2010. No sentido oposto, o sistema privado recebe número cada vez maior de matrículas.

Considerando apenas a rede pública, a queda foi de 2,8% com 1,3 milhões a menos de estudantes. A rede particular, pelo contrário, teve um incremento de 3,4% ou 251 mil alunos a mais neste ano do no anterior.

Na série histórica de 9 anos de Censo Escolar, a diferença é maior. A rede pública recebe 10,3% menos alunos desde 2002 em uma queda quase contínua. Enquanto isso, a particular, apesar dos altos e baixos que teve neste período, cresceu 5,2% e bate o recorde de matriculados.

O exemplo de Maria Cecília de Souza Simplício, de 12 anos, ajuda a entender os motivos. Depois de estudar até o 6º ano na escola pública do bairro, em Caieiras, cidade da Grande São Paulo, ela foi transferida para uma instituição particular em 2010. "Não queria ir porque todos os meus amigos estudavam aqui perto de casa, mas se é melhor para mim, tenho que aceitar", diz.
A mãe dela, a dona-de-casa, Maria Neuza de Souza, de 50 anos, conta que dois motivos a levaram a tomar a decisão: a diferença de qualidade e a possibilidade de poder pagar. "A gente mexeu no orçamento e fez uma reserva para ela ter boas chances na vida", diz. "Na escola pública, ninguém mais tem autoridade, os alunos podem fazer o que quiser sem punição e fica difícil para quem quer aprender."
Ela paga R$ 400 na mensalidade e tem outros gastos adicionais com perua escolar, livros e materiais que recebia de graça. "Fácil não é, mas quando a gente quer dar o melhor para os filhos", diz. A irmã mais velha concluiu todo o ensino fundamental em instituição pública. "Na época a gente acho que estava razoável", lembra Maria Neuza.

Participação maior

Com os novo números, a participação da rede privada de ensino chega a 14,7% em 2010 contra 13,9% em 2009. O sistema que lucra com um bem que deveria ser garantido pelo estado tem participação maior em creches, 34,4%.
Entre as redes públicas, tiveram redução de alunos os sistemas estadual e municipal. O federal teve aumento, mas ainda representa apenas 0,5% do total.
Fonte: Portal iG

Brasil precisa de 5 anos para atingir média de escolaridade

Ainda levará cinco anos para que a população brasileira atinja a escolaridade mínima prevista originalmente na Constituição Federal — ensino fundamental completo ou oito anos de estudo. É o que aponta a análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNA/IBGE) de 2009.

No ano passado, a média de anos de estudo da população com mais de 15 anos de idade foi de 7,5. Entre 1992 e 2009, a ampliação anual foi de 0,14 ano de estudo. O crescimento, entretanto, se deu de forma desigual nas diferentes regiões do país. Enquanto no Sudeste a média de anos de estudo já é maior do que o previsto na Constituição Federal, no Nordeste ainda é de 6,3. “O diferencial entre essas regiões vem se mantendo desde o início da série [histórica estudada] em cerca de 2 anos”, aponta o estudo.

A média de anos de estudo também é diferente entre pobre e ricos, negros e brancos e moradores de zonas rurais e urbanas. O estudo destaca que os negros têm, em média, 1,7 ano de estudo a menos do que os brancos. A população urbana tem 3,9 anos de estudo a mais do que a rural. Na comparação de renda, os 20% mais pobres têm, em média, 5,5 anos de estudo, enquanto os 20% mais ricos estudaram 10,7 anos.

O IPEA analisou que o hiato educacional — a quantidade de anos de estudo que faltam para que os brasileiros cheguem ao mínimo definido na Constituição — diminui a cada ano, mas evolui de forma distinta em cada faixa etária. Quanto mais alta é a idade, menor é a queda do hiato. Em 2009, o hiato na população com mais de 15 anos era de cerca de 4,8 anos, enquanto entre os brasileiros com mais de 30 era de 5,1 e no grupo de 15 a 17 anos era de 2,8.
Fonte: Agência Brasil

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Breivik diz que quis castigar social-democracia por 'importar' muçulmanos


Breivik diz que quis castigar social-democracia por 'importar' muçulmanos
O suposto autor dos atentados de Oslo, Anders Behring Breivik, declarou diante do juiz nesta segunda-feira (25/07) que seu objetivo era "castigar a social-democracia" por trair o povo norueguês ao ter fomentado a "importação em massa de muçulmanos".

Ele reconheceu ter colocado o carro-bomba em Oslo e baleado os jovens da ilha de Utoya, embora "não se sinta culpado" e tenha declarado "inocência".

"O detido confirmou (diante do juiz) que precisava executar os atentados para salvar a Noruega e a Europa ocidental dos muçulmanos e do marxismo cultural", relatou um porta-voz do tribunal do distrito de Oslo à imprensa.

Breivik explicou que com sua ação buscava "limitar" as futuras possibilidades do Partido Trabalhista norueguês de aceder ao poder, assim como mandar um "sinal forte" para que "não pudesse ser mal interpretado".

O suposto autor dos atentados afirmou em seu primeiro comparecimento judicial, a portas fechadas, que tem "outras duas células" em sua organização, segundo informou o juiz.

Após tomar seu depoimento, o juiz instrutor decidiu pedir a prisão preventiva de Breivik.

O ultradireitista e islamofóbico vai permanecer quatro semanas em completo isolamento - sem receber cartas, visitas ou conceder entrevistas -, até dia 22 de agosto, e ao menos outras quatro semanas em prisão preventiva, até 26 de setembro.

A Promotoria tem a opção, no entanto, de pedir a extensão do período de prisão para poder continuar as investigações, explicou o porta-voz do tribunal de distrito de Oslo.

O juiz considerou que as medidas "não são desproporcionais", dados os crimes que recaem sobre ele.

No domingo, fontes da Polícia local disseram à agência Efe que Breivik agiu sozinho e que teria postado na internet, imediatamente antes de suas ações, um manifesto xenófobo, anticomunista e contrário ao islã. A polícia agora analisa esse documento, em inglês, intitulado "2083 – A European Declaration of Independence", de 1,5 mil páginas, que, entre outras coisas, declarava "guerra de sangue" contra imigrantes e marxistas. Ao longo do texto, ele acusa o islã de ser "a principal ideologia genocida" e fala de lançar uma cruzada contra o "marxismo cultural".

Nos interrogatórios, o jovem admitiu estar por trás da tragédia e qualificou os ataques como "atrozes, mas necessários", segundo explicou seu advogado.
Fonte:ÓperaMundi

Manifesto de suposto terrorista norueguês é plágio de Unabomber, diz jornal



Alguns trechos do manifesto de Anders Behring Breivik, suspeito de ter cometido o duplo atentado da Noruega que deixou pelo menos 93 mortos na última sexta-feira (22/07), teriam sido literalmente copiadas de um texto do terrorista norte-americano Ted Kaczynski, conhecido como Unabomber.

Foi o que revelou neste domingo a edição digital do periódico norueguês VG, que reproduz parágrafos quase idênticos do manifesto em inglês do suspeito norueguês – que contém cerca de 1.500 páginas – , e do terrorista Unabomber, que entre 1978 e 1995 matou três pessoas enviando até 16 bombas a diversos alvos, como universidades e companhias aéreas.
A comparação sobre a cópia feita pelo manifesto recém-divulgado "2083, A European Declaration of Independence" (2083, Uma Declaração Europeia de Independência), supostamente escrito por Breivik, é mostrada no fórum de debate digital norueguês document.no.

No entanto, o site aponta em comunicado que, nos textos de Breivik, alguns conceitos foram "substituídos" por outros, para adaptá-los à própria ideologia extremista de direita do homem acusado de ser o responsável da tragédia nacional norueguesa.

Por exemplo, o "document.no" indicou que a palavra "esquerdismo" usada pelo Unabomber em seus textos foi substituída em diversos parágrafos do manifesto de Breivik por "multiculturalismo" e "marxismo cultural".

As forças de segurança norueguesas estão analisando o conteúdo do documento, que declara "guerra de sangue" a imigrantes e marxistas e que foi divulgado na internet na própria sexta-feira, poucas horas antes dos dois ataques.
Fonte: ÓperaMundi

TDAH ajuda crianças ou escolas?



TDAH(transtorno do déficit de atenção com hiperatividade)ajuda crianças ou escolas?

“Anatomia de uma epidemia” (tradução literal para o português já que ainda não existe versão na nossa língua) do escritor Robert Whitaker discute, com profundidade e profusão de exemplos de pesquisas científicas, a validade do uso dos remédios para a maioria dos casos.

Acho que acontece com todo mundo. Basta ficar ensimesmada com um assunto para que eu comece a receber, de toda parte, as mais variadas informações sobre o tema. Assim tem sido, ultimamente, com a tal da ADHD aqui nos Estados Unidos, conhecida, no Brasil, como TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade). Pois uma amiga que trabalha com pesquisas na área de neurologia e também vive encasquetada com a aparente epidemia que tomou conta do país — e dá sinais de estar se espalhando pelo mundo — me mandou o nome de um livro que corri, comprei e li imediatamente.

“Anatomia de uma epidemia” (tradução literal para o português já que ainda não existe versão na nossa língua) é do escritor Robert Whitaker, ganhador de prêmios na área de jornalismo científico. Ele traça um cuidadoso histórico do aumento das doenças mentais (em número de casos per capita e de variedades de doenças também) nos últimos cinquenta anos. E analisa, com base nas pesquisas médicas, o surgimento e uso de remédios no tratamento da depressão, da esquizofrenia, da bipolaridade, etc.

Robert Whitaker cita cientistas que tinham bons cargos e prestígio mas foram afastados e considerados malditos quando enveredaram por pesquisas que mostravam resultados de longo prazo melhores para o tratamento das doenças mentais que dispensavam os remédios. Falando assim, parece leviano já que tantos casos graves necessitam da farmacologia para evitar desfechos dramáticos. São conhecidos os exemplos de pessoas que, em crise, acabaram escolhendo o suicídio. Então, que fique claro antes de mais nada: não se trata de negar a existência das doenças mentais ou a necessidade de tratamento medicamentoso. Mas o livro discute, com profundidade e profusão de exemplos de pesquisas científicas, a validade do uso dos remédios para a maioria dos casos.

Por exemplo, a doutora Nancy Andreasen, que usou a ressonância magnética para acompanhar mudanças no cérebro de pacientes psicóticos por cinco anos, constatou uma redução progressiva do volume do lobo frontal, acompanhada de perda de habilidades cognitivas. Em uma entrevista ao The New York Times, em 2008, ela afirmou: “Quanto mais remédio você toma, mais perde tecido cerebral”.

Whitaker ressalta, sempre citando resultados de pesquisas feitas por psicólogos e psiquiatras, que os ciclos de crises depressivas, de ansiedade, surtos psicóticos e esquizofrênicos podem se tornar mais freqüentes em certos pacientes medicados. Ele também deixa claro que, apesar de ser lugar comum falar da depressão como um desequilíbrio químico no cérebro, não existe nenhuma prova científica direta que suporte essa afirmação tão popular. Até hoje, há evidências indiretas.

Não vou me alongar, ainda mais, nas constatações a respeito de todas as doenças mentais, diagnósticos e tratamentos. Me concentro na TDAH que é o capítulo mais curto do livro e o que mais me interessa. Ao analisar o que está acontecendo com essa nova síndrome, o escritor encontrou muitas semelhanças com o desenvolvimento do diagnóstico de outras doenças e, principalmente, com a dinâmica do tratamento, o trabalho conjunto dos psiquiatras (americanos em geral) e da indústria farmacêutica para promover a medicação como única saída. Me preocupa ver o poder financeiro que essas empresas têm associado ao respeito e à reverência que normalmente emprestamos a todos os profissionais da área médica e o pragmatismo da sociedade americana que quer sempre respostas rápidas e objetivas para tudo.

Voltando a TDAH. Estamos falando em medicar e alterar, talvez para sempre, a química do cérebro de crianças de 6, 7 ou 8 anos de idade. E pior, sem saber exatamente o que está sendo alterado! Os mesmos psiquiatras, que receitam os remédios, não sabem dizer quais serão as consequências na vida daquele paciente mirim, dentro de 12, 15 ou 20 anos. Mas ressaltam que tudo é uma questão de custo/benefício. “Não é melhor a criança conseguir se concentrar para assistir aula e fazer os deveres?”, costumam perguntar. Uma amiga minha ouviu o seguinte: “Você não quer que o ambiente, na sua casa, se torne mais tranquilo?” Mãe de quatro filhos, o mais velho com 9 anos, ela garantiu que não. Se estivesse procurando sossego, não teria uma prole tão vasta.

Se os psiquiatras não sabem dizer o que vai acontecer com as crianças medicadas, as estatísticas já dão motivo de sobra para preocupação. Os estimulantes usados para tratar a TDAH (ritalina e seus derivados) provocam uma montanha-russa diária nos sentimentos da criança. Ela sente o coração apressado pela manhã, depois de tomar o remédio. Algo estranho se passando por dentro do corpo, que deixa a criança quieta, calada e atenta. No fim do dia, normalmente, existe uma explosão de raiva, choro. É como diz o Whitaker: “Toda criança, sob o efeito de estimulantes, se torna um pouco bipolar”.

O doutor Joseph Biederman e a equipe do Massachussetts General Hospital mostraram, em 1996, que 11% das crianças diagnosticadas com TDHA, quatro anos depois foram diagnosticadas com bipolaridade, doença que não fazia parte do quadro inicial. Em 2003, o psiquiatra Rif ElMallakh, da Universidade de Louisville, costatou que 62% dos pacientes jovens com bipolaridade já haviam sido tratados com estimulantes e antidepressivos antes de apresentarem bipolaridade. E Gianni Faedda descobriu que 84% das crianças tratadas com bipolaridade na Luci Bini Mood Disorders Clinic, de Nova York, entre 1998 e 2000, já tinham sido expostas a remédios psiquiátricos.

Aí, o escritor mostra como o uso de estimulantes, como a ritalina, no tratamento de crianças consideradas hiperativas, “coincidiu”, uma década e pouco depois, com a explosão de casos de bipolaridade juvenil. Psiquiatras holandeses estudaram um fato curioso: em 2001 tinham apenas 39 casos de bipolaridade infantil em todo o país. Compararam os dados com as estatísticas americanas onde a probabilidade de um jovem apresentar sintomas de bipolaridade antes dos 20 anos de idade é dez vezes maior e concluíram que o motivo mais provável para uma diferença tão grande é o fato de que o índice de prescrição de estimulantes e antidepressivos, para crianças, nos Estados Unidos, é muito mais alto.

Fato é que as crianças medicadas se tornam mais dóceis, mais administráveis em casa e na sala de aula. Mas todos os estudos mostram, também, que não existe vantagem para a criança, em matéria de desempenho escolar. Ou seja, ela não aprende mais, não passa a ter notas melhores porque está sendo tratada com estimulantes. Aqui vão alguns exemplos:

* Doutor Alan Sroufe, da Universidade de Minnesota, em 1973, disse que o remédio ajuda no desempenho das atividades repetitivas que precisam de mais atenção mas não afeta, positivamente, a capacidade de raciocinar, solucionar problemas e aprender.

* Doutor Herbert Rie, do Departamento de Pediatria da Universidade Estadual de Ohio, em estudo de 1978, concluiu: “A ritalina não provocou nenhuma melhoria de vocabulário, leitura, ortografia e matemática além de atrapalhar a habilidade de resolver problemas. Reduz o empenho necessário para aprender”. O artigo diz que a ritalina afeta o comportamento mas não tem impacto sobre a capacidade de aprender e ainda pode mascarar problemas acadêmicos. Ele pede que o remédio seja usado com reserva.
* Russell Barkley, Medical College of Wisconsin: “O principal efeito dos estimulantes parace ser a melhoria na capacidade de administrar a classe e não o desempenho acadêmico”.

* Carol Whalen, psicóloga da Universidade da Califórnia em Irvine, em 1997: “é especialmente preocupante que os efeitos negativos se dão nas funções cognitivas complexas, como a flexibilidade para resolver problemas ou o pensamento divergente”.

Em 2002, um grupo canadense fez uma revisão da literatura científica: analisou 14 estudos envolvendo 1.379 jovens e concluiu que não existe evidência de melhoria no desempenho acadêmico para as crianças que tomam estimulantes.

Nos anos 90, uma equipe de especialistas em ADHD foi selecionada pelo Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos (NIMH, sigla em inglês) para fazer um estudo chamado Multisite Multimodal Treatment Study of Children with ADHD, que concluiu: “A eficiência de longo prazo dos medicamentos estimulantes não foi demonstrada para nenhum domínio do funcionamento da criança”.

Duvido que professores e diretores das escolas americanas, que descrevem os estimulantes como algo simples e necessário tal qual os óculos para os míopes, tenham alguma noção a respeito das possíveis consequências da medicação no longo prazo. Duvido que saibam diferenciar entre uma criança que tem problemas mentais agudos e talvez precise de remédios, de outra com alguma dificuldade de aprendizagem associada a um momento pessoal difícil, que produz um quadro parecido com a TDAH. Mas eles são rápidos em sugerir uma visita ao pediatra ou, imediatamente, ao psiquiatra. E a avaliação dos professores, a respeito do comportamento dos alunos, em sala de aula, tem um peso enorme no diagnóstico final. Me parece que o assunto é muito sério e que os professores, por melhores que sejam, não estão capacitados para sugerir a necessidade de algum tratamento psiquiátrico.

Os remédios, com certeza, tornam mais administrável a sala de aula com quase 30 crianças. Já pensou se várias forem levadas da breca? Não pararem sentadas um minuto? Todas levam para a classe os problemas que trazem de casa. Mas eu sempre me pergunto o que faziam a Tia Rosa e a Tia Bela (juro que esses eram os nomes das minhas professoras primárias!). Também tínhamos uma sala de aula cheia. E me lembro bem de ter de sentar ao lado do pestinha da turma e chegar em casa com as maria-chiquinhas destroçadas de tanto que ele puxava meu cabelo, tentando sair da carteira. O que será que essas Tias-professoras têm a dizer dessa epidemia de TDAH?
Fonte: Vi o mundo

Veja também: http://www.tdah.org.br/

"Foram ações atrozes, mas necessárias", diz o autor do massacre norueguês

Direto do Esquerda.Net
Anders Breivik, autor do atentado de Oslo e do massacre na ilha do acampamento dos jovens trabalhistas, diz que agiu sozinho. Num texto que lançou online pouco antes de lançar o terror, o assassino de extrema-direita apelou a uma "grande guerra contra o Islão e o marxismo". E também tem referências à política portuguesa.
Imagem de Breivik no vídeo que lançou na net antes de consumar o acto terrorista que está a chocar a Noruega e o mundo.

Segundo a polícia informou na tarde de domingo, Breivick teve 20 minutos para disparar sem oposição no acampamento juvenil antes de chegar a polícia, alertada desde logo por chamadas de telemóvel. Toda a imprensa norueguesa tenta agora perceber quem é este assassino que diz ter agido sozinho, apesar de testemunhas afirmarem que haveria um segundo homem armado no acampamento. Ao fim da manhã de domingo, contavam-se 92 mortos, cerca de 100 feridos e ainda muitos desaparecidos.
Segundo o diário VG, que cita amigos de Breivik, ele tornou-se militante da extrema-direita e já tinha pertencido ao Partido do Progresso - uma formação populista e anti-imigração que tem vindo a ganhar peso na Noruega - tendo abandonado a militância por achá-lo demasiado moderado, segundo revelou um dirigente que se recordava da sua passagem pelo partido. Aos 32 anos, Breivik dedicava-se a debater nos fóruns frequentados por neonazis e dizia ter contactos com organizações extremistas inglesas como a English Defense League ou a Stop the Islamification of Europe.

No texto de 1500 páginas publicado na net pouco antes do massacre e atribuído a Breivik, ele descreve detalhadamente os dias que passou a organizar o acto terrorista, dizendo fazer parte de um pequeno grupo que quer "tomar o controlo político e militar dos países da europa ocidental para implementar uma agenda política e cultural conservadora". "O tempo para o diálogo acabou. Demos uma oportunidade à paz. Chegou a altura da resistência armada" para uma guerra que, previa Breivik, iria causar mais de um milhão de baixas.

Segundo o New York Times, da leitura do manifesto intitulado "2083: Declaração Europeia de Independência" conclui-se que Anders Breivik se vê a si próprio como um cruzado na luta contra o liberalismo e o multiculturalismo, que para ele não passam de "marxismo cultural" que está a destruir a civilização cristã europeia.
O texto de Breivik tem algumas referências à política portuguesa, dando o exemplo da recusa de José Sócrates em cumprir a promessa de referendar o Tratado de Lisboa, preferindo "responder aos apelos dos líderes da Alemanha e da França e não ao dos seus eleitores". Numa lista em que junta os partidos "marxistas culturais, humanistas suicidas e capitalistas globalizadores" inclui o PSD, PS, PCP, Bloco e Verdes, todos considerados. Numa segunda lista estão os partidos "anti-imigração e nacionalistas" e no caso português inclui nela o CDS, PNR, PPM, PND e também a Frente Nacional, liderada pelo assassino condenado Mário Machado. Breivik também publica ligações para três sites da extrema-direita portuguesa, que já não são actualizados há mais de um ano.

sábado, 23 de julho de 2011

O "fundamentalista cristão"e o duplo atentado na Noruega



Porque será que sempre que há um atentado a nossa conhecida e velha mídia logo atribui a algum grupo islâmico? E não é que o provável autor do atentado é norueguês, loiro,nórdico! de extrema-direita, maçônico? Por que a mídia tendenciosa insiste rapidez em detrimento da qualidade da informação?

O atentado ocorrido na Noruega, um canto tão sossegado da Europa e do mundo, mostra a necessidade de um auto-exame pela comunidade internacional e a necessidade de consolidação dos esforços envidados em face da ameaça terrorista

"Encontrámos razões para o considerar como responsável dos dois episódios" declarou um responsável da polícia, referindo-se à explosão de uma bomba na sexta-feira perto da sede do governo norueguês à qual se seguiu um tiroteio num encontro de jovens numa ilha perto de Oslo.(Fonte: Lusa)

Quem é Anders Breivik Behring?

Sua suposta conta do Twitter apresenta apenas uma mensagem, que cita o filósofo John Stuart Mill: “Uma pessoa com convicção tem a força equivalente a 100 mil que tenham interesses apenas”.

Anders Breivik Behring (13 de fevereiro de 1979) é um cidadão norueguês de extrema direita,[1] fundamentalista cristão e o alegado autor dos Atentados de 22 de julho de 2011 na Noruega.[2] Se agiu sozinho, ainda não é conhecido. Ele é acusado por ter entrado, vestido como um agente da polícia, num acampamento de jovens do Arbeiderpartiet norueguês (Partido dos Trabalhadores) na ilha de Utøya, abrindo fogo contra os jovens presentes e matando pelo menos 85 deles .[A si também se associa provisoriamente a autoria das bombas em combinação, que cerca de duas horas antes tinha sido detonadas em Oslo. Behring foi preso em Utøya e está atualmente sob custódia da polícia.

De acordo com o chefe de polícia de Oslo, Behring é o dono de uma empresa agrícola foi registado no registo estadual com duas armas e uma arma automática e uma pistola do tipo Glock. Em maio de 2009 ele registou a empresa agrícola com o nome "Breivik Geofarm" no registo de comércio.

Anders Breivik Behring foi membro de 1999 até 2006 da Fremskrittspartiet populista. Entre 1997 e 2007, ele tornou-se ativo na ala jovem do partido e serviu em várias funções, incluindo a diretoria da filial local Oslo Oeste (Outubro de 2002 a novembro de 2004). De janeiro a outubro de 2002 ele havia dirigido a associação local.
Depois de suposição do chefe de inteligência Øystein Mæland, "o homem tinha provavelmente uma atitude extrema-direita, uma posição de cristão-fundamentalista."Por causa do incidente foram bloqueados as contas de Anders B.
Fonte: Wikpedia

A morte prematura de Amy Winehouse


Minha alma chora com a morte prematura da grande cantora

Love is a Losing Game


Amy Winehouse foi uma cantora e compositora de soul, jazz e R&B do Reino Unido. Seu primeiro álbum, Frank, lançado em 2003 pela Island Records, foi muito bem recebido, comercial e criticamente, e o segundo, de 2006, Back to Black, deu a ela seis indicações ao Grammy Awards, das quais venceu cinco.

Amy também é muito conhecida por seus escândalos públicos e pelo uso de drogas. Os problemas de Amy com drogas e álcool têm sido noticiados pelos meios de comunicação ao redor do mundo desde 2008. Em junho de 2008 o pai de Amy revelou aos jornalistas que ela estava com uma possível arritmia cardíaca por conta do uso abusivo de cocaína e cigarro.

Em 2009, Amy Winehouse garantiu estar se recuperando. Winehouse já vendeu 505 mil cópias de seus dois discos anteriores no Brasil, segundo a revista semanal Veja.

Em 2010, Amy Winehouse terminou seu tratamento na reabilitação e finalmente parecia ter-se libertado das drogas, podendo concentrar-se no seu terceiro disco, esperado para janeiro de 2011, fa(c)to que não ocorreu. No seu último concerto em 19 de junho de 2011, em Belgrado, a cantora teve uma atuação em que era visível o seu estado de embriaguez, levando a assobios por parte dos fãs sérvios.Ficou assim provado, que a cantora não se tinha ainda curado do alcoolismo.[5]

No dia 23 de Julho de 2011, foi encontrada morta em sua casa. A causa da morte ainda não é conhecida, a suspeita seria overdose porém não é confirmado.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

África: caixote de lixo das vacinas

O fato ocorreu em 2010 mas sabemos que a África continua sendo o laboratório experimental do primeiro mundo



A organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu organizar várias campanhas de vacinação contra a gripe A em África, tendo já sido iniciadas no Togo e na Nigéria.

Estas campanhas são feitas com os dons de vacinas dos países da Europa e dos Estados Unidos, assim como de alguns laboratórios farmacêuticos. Generosidade desinteressada?

Lembram-se? Logo em janeiro de 2010 surge a polémica das sobras de vacinas não utilizadas nos países desenvolvidos pela inexistência de epidemia e a sobreavaliação dos estoques. Pois bem, a maioria das vacinas tinham um prazo de validade que terminava no final de 2010. Era necessário desfazer-se desses milhões de doses.

Com efeito, tanto os governos, como os laboratórios não podem, assim sem mais nem menos, deitar para o lixo todas essas doses excedentárias, é necessário seguir vários protocolos rígidos e sobretudos com elevados custos. Então, num gesto "benemérito" essas entidades decidiram doar as vacinas excedentárias aos países africanos.

O transporte, armazenamento e os profissionais de saúde para administrar essas vacinas tem um custo, esse custo é em grande parte suportado pelos próprios países africanos a braços com problemas sanitários muito mais urgentes.

Mas como dizia um representante da OMS: "quando temos dons disponíveis, temos de os utilizar". É verdade, mesmo quando as populações em questão não os pediram e se vêem forçadas a os utilizar.

Os países africanos têm prioridades sanitárias graves, como o paludismo e o continente africano foi dos poucos que não foi atingido pela "pandemia" de gripe A, apenas se registaram alguns casos mais numerosos na África do Sul e com fraca mortalidade.

Aliás, não foi a própria OMS que declarou no dia 10 de agosto de 2010 que a pandemia tinha acabado? Então porquê vacinar países onde não foi registada a doença? A OMS responde que "ainda pode existir algum risco, sobretudo nos países africanos onde as populações são mais frágeis"!

Será lícito, que para despachar, a menor custo, o excedente de vacinas, obrigamos uma população inteira a uma vacinação sem a avaliação da sua pertinência e dos seus riscos? Mais uma vez chegamos à conclusão que os países do hemisfério norte continuam a encarar o continente africano como o seu caixote de lixo.
Fonte: http://www.bakchich.info/L-Afrique-ou-la-poubelle-a-vaccins,12296.html
Publicada por Octopus