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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Conheça as “Marias Purpurinas”, mulheres que elegem os gays como melhores amigos

Heleninha, personagem do livro “Sempre Amigos”, resume a atitude das meninas que preferem principalmente amigos gays e vão sempre a baladas e locais voltados ao público LGBT

Iran Giusti, do iG São Paulo

Lançado na sexta-feira (25), o livro “Sempre Amigos” (Editora Multifoco) conta a história de Eduardo, jovem gay que está descobrindo sua sexualidade. Na trama se destaca Heleninha, uma “Maria Purpurina”, ou seja, aquela menina heterossexual que se identifica muito com o universo gay.

Para Valter Rege, autor do livro, Heleninha surge para mostrar que o amor é universal e principalmente para retratar a realidade de muitas meninas que estão por aí. “Como a maioria das Marias Purpurinas, Heleninha procura se relacionar com gays pela sensibilidade que não encontra nos homens heterossexuais”.


Arquivo pessoal
Tágide Peres e o sócio Rick Hudson entre drag queens, diversão que virou negócio

É esse o caso da publicitária Amanda Santos , 22. Nascida em Sorocaba, interior de São Paulo, conta que desde sempre foi apegada aos meninos gays. “Um dos meus melhores amigos de infância é gay e lembro que quando era pequena e mal sabia que homossexualidade existia, perguntava para a minha mãe porque meu amiguinho tinha aquele ‘jeito’ e ela me respondia que era apenas porque ele era educado demais”, relembra ela, rindo.

“Eu acredito que os gays são bem mais humanos que o resto das pessoas, inclusive mais até do que eu. Eles vivem no meio de tanto preconceito da sociedade que conseguem não ser tão preconceituosos, julgam menos os outros”, descreve a publicitária, que diz não trocar uma balada gay por nada. "Eles também sabem se divertir como ninguém".


Aline Lima conta que só passou a se sentir enturmada quando conheceu o universo gay Arquivo pessoal

 O acolhimento foi também o que encantou a analista de redes sociais Aline Lima , 22, no convívio com os gays. “Sempre fui meio estranha, meu jeito não agradava muito as meninas do colégio, e andava muito sozinha. Quando mudei de colégio e fiz amizade com um gay e vários meninos, me soltei muito mais. Na faculdade meu melhor amigo, que é gay, me mostrou o universo dele e eu me encontrei”, relata ela.

Para Aline, as músicas e a liberdade são as coisas que mais a atraem. “Posso afirmar que as pessoas mais incríveis que conheci na vida são gays. Meus amigos brincam que eu atraio. Amo nos gays a sinceridade, o companheirismo, a vontade de ser feliz, de se expressar sem se importar com as outras pessoas”, declara.

Ajudando a entender o “Poder Feminino”

A brasiliense Tágide Peres, 31, é DJ e editora-chefe de um site de cultura pop voltado para o público gay. É formada em arquitetura e foi na faculdade que conheceu seu melhor amigo e atual sócio, quando se separou do marido, com quem foi casada por dez anos.

“Foi depois do divórcio que me joguei de vez no meio gay e comecei a sair intensamente. Logo nas primeiras baladas peguei amor pelo meio, e me adaptei muito fácil. Meus amigos foram e são até hoje uma grande família, me ensinaram valores e acima de tudo a não sentir uma auto-piedade característica da maioria das recém separadas. Nunca tive pessoas que me ajudaram tanto a entender meu ‘poder feminino’, e isso levantou minha moral rapidamente e me fez seguir em frente” conta Tágide.

A DJ mostra admiração ainda pelas superações do grupo. “A maioria dos gays carrega alguma história de preconceito dentro e fora de casa, e usa isso de combustível para a superação, o tempo todo sem perder a alegria de viver, mesmo com esse cenário hostil. Eu acho isso fantástico”, admite ela.

O site que edita, Babado e Confusão, veio dessa alegria que ela compartilha com os gays. Sempre desbocada, começou a escrever na internet textos sarcásticos e espontâneos, e o sucesso foi tanto que ela se juntou ao amigo, Rick Hudson, e fundou o blog. “Quando o Babado estava prestes a completar um ano, tivemos a ideia de comemorar. A festa lotou e antes de acabar o dono da casa nos propôs outra festa. Hoje temos duas festas fixas por mês, a BCQ e GIMME", conta ela.

Código de linguagem

Para a psicóloga Janaina Leslão Garcia , o comportamento das Marias Purpurinas é algo habitual. “As pessoas procuram estar entre os que as protegem, de que conhecem os códigos de linguagem. Nossa cultura é composta por grupos, sempre foi, porque não ser esse grupo o universo gay?”.

Outro fator de aproximação citado por Amanda é que nas festas gays as meninas não são abordadas de forma bruta por rapazes, o que facilita a diversão. “Prefiro curtir minha vida com meus amigos gays do que ir numa balada hétero e me sentir um corrimão, onde os caras ficam pegando... Te puxam pela mão, não te deixam passar no meio da multidão, tentam te beijar à força... acho isso uó”, relata Amanda.

E se um dia um namorado pedir para ela deixar de ser Maria Purpurina? “Antes de namorar já é pré requisito não me pedir isso! Senão não tem papo.”

Aline, por sua vez, encontrou na faculdade um namorado “gay friendly”. “Meu namorado é hétero, mas ele também estuda design e encara super bem. Meus amigos gays adoram ele, tudo na base do respeito, ele inclusive tem vários amigos gays”, conta ela, que acha inadmissível ter amigos homofóbicos.

 

 

                                                                                                                    
Arquivo pessoal / Amanda Santos: 'Não troco balada gay por hétero'

“Meus pais tinham muito preconceito. Eu até entendo, pela criação deles e como era antigamente em relação aos gays. Mas amigos héteros homofóbicos eu não admito não. É um preconceito idiota que não dá pra aturar”, completa a analista.

Sobre essa postura de proteção que as meninas assumem com os amigos gays, Janaina Leslão diz que é relativo, porém mostra uma mudança no perfil das jovens mulheres. “Algumas meninas vão para a balada gay apenas pela diversão, mas é inegável que muitas vão porque não gostam de ser ‘cantadas’ ou tocada constantemente. As mais jovens não são tão permissivas quando as de outra geração, que entre aspas se acostumaram com o assédio.”

A psicóloga conclui explicando a importância de socializar em grupos diversos. “Tudo é saudável, na medida em que você não se prenda aos estereótipos e que não se limite. É sempre importante lembrar que, por melhor que seja a sensação de estar em um ambiente protetor, não se pode esquecer que existe um mundo inteiro para te acrescentar.”

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“Sempre Amigos”, de Valter Rege. Editora Multifoco,230 páginas. Encomendas pelo e-mail livrosempreamigos@outlook.com

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Eles casam e adotam os nomes delas: cena cada vez mais comum em São Paulo


Dados da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo mostra que o número de homens que adotaram sobrenome das esposas saltou de 9 mil em 2002 para mais de 43 mil em 2013. Já as mulheres, no caminho inverso, estão abrindo mão do sobrenome do parceiro

Brunno Kono| / iG São Paulo

Levantamento mostra que mais homens adotam o sobrenome da mulher e elas seguem o caminho inverso
Quando Marcel Tavares Batista decidiu abrir mão do sobrenome do pai pelo Duz, da família de Vanessa, sua esposa, os protestos foram grandes dentro de casa. “Comentei com minha mãe, ela ficou brava, seca, nem queria falar comigo. A gente conversava, ela voltava no assunto, alfinetava, dizia que eu ia desistir do nome do meu pai, da minha família”, diz o estudante de Farmácia de 28 anos.

Ele foi em frente e quando se casou, em setembro passado, passou a se chamar Marcel Tavares Duz, enquanto Vanessa, de 22 anos, agora é Vanessa Regina Tavares Duz. A mãe dele não gostou, mas os sogros aprovaram.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

"Saímos de uma posição definida. Ainda bem", diz psicólogo sobre "novo homem"

Os dias do típico machão provedor estão contados ou já ficaram para trás. Para o psicólogo Antônio Carlos de Araújo , o homem que está tomando ou vai tomar em breve seu lugar ainda não se encontrou, está perdido: “Ele está em uma sinuca de bico”. Aparentemente, nem todos

 
Brunno Kono| iG São Paulo
 
 

“O que está perdido não sabe como agradar, enquanto o das antigas, aquele que permanece na década de 40, acomodado no seu papel, perde a mulher porque nenhuma precisa de um homem para viver financeiramente. Esse é arredio à terapia, não acredita nela, e quando vem, vem no desespero, quando a mulher já pediu o divórcio. Inevitavelmente, este tipo de homem está em extinção.”
É com palavras duras que Antônio Carlos Alves de Araújo, psicólogo e terapeuta de casais há 25 anos, define o homem que pode nem aparentar ser o típico machão de sempre, mas que enxerga homens e mulheres com papéis estabelecidos na sociedade, principalmente quando o assunto é relacionamento: ele trabalha, ela cuida dos assuntos domésticos.
 
Já os que não se encaixam neste perfil se encontram em uma “sinuca de bico”, defende Araújo. “Ele não sabe o que fazer, tem medos e receios, não foi criado e educado para isso, e é isso que a gente tem que mudar”, diz. Acostumado a também tratar jovens, o psicólogo associa o surgimento de uma mulher independente e decidida com casos de impotência sexual psicológica masculina: “No ano passado foram 550 casos de disfunção erétil entre homens de até 25 anos. Eles têm medo de mulher. Esse é o novo homem, um ser absolutamente fragilizado”. O psicólogo explica que o alto número de pacientes do sexo masculino se deve à vergonha que eles têm de se consultar com profissionais mulheres.
Antônio Carlos acredita que os papéis de homens e mulheres acabaram “distorcidos”. Ailton Amélio, psicólogo e professor do Instituto de Psicologia da USP, compartilha – e comemora – a opinião. “O novo homem abandonou a posição do perfil anterior, do provedor, cabeça do casal, sem sentimentos, racional. Saímos de uma posição definida. Ufa, ainda bem que a abandonamos. O sexo feminino também era definido naqueles papéis mais tradicionais, de cuidar da casa, dos filhos, mas houve um movimento. Um movimento justo, por sinal.”
 
Amélio ressalta que o espaço que as mulheres ganharam ainda não é suficiente, “basta ver a diferença de salários, presença em cargos políticos ou na direção de companhias” – levantamentos recentes feitos com empresas brasileiras apontam que eles têm 20 vezes mais chances de virar CEOs e que apenas 23% dos postos corporativos de liderança são ocupados por elas.
No entanto, ele diz que as conquistas femininas foram fortes o suficiente para os homens não se sentirem mais confortáveis defendendo o perfil “machão”. Sobre o sexo masculino estar perdido, ele concorda com Araújo. “Quando você não sabe os parâmetros, o que fala, o que não fala, é uma situação incômoda. Não tem um lugar de conforto, onde você se sinta seguro. Porque por qualquer coisa você poderá ser acusado de machista, e, por outro lado, se você ficar quieto, pode ser chamado de frouxo.”
 
SAIR DA ZONA DE CONFORTO NÃO É RUIM
 
José Borbolla Neto já viveu os dois lados da moeda. O gerente de marketing de 31 anos “desconfia” que um dos fatos que causou o término de um dos seus relacionamentos anteriores foi o perfil da companheira, “mais tradicional, de querer ter filhos”. “Eu tinha pretensões profissionais, acadêmicas, esse lado de querer realizar coisas”, explica.
Ele namora há cerca de um ano uma publicitária com quem compartilha essas ambições. “Estar ao lado de alguém que tem o perfil de querer atingir determinados níveis, profissionais ou acadêmicos, é muito bom. Você tem uma parceira”, diz. Borbolla confessa ser fã da “mulher moderna”, e a defende. “Elas não buscam o cara que vai puxar a carroça, mas o cara que vai ajudar a puxar. Ela conquistou um espaço e quer usá-lo da maneira como convir. Tem que fazer isso mesmo.”
Na opinião do gerente, tirar os homens “que têm um pé na modernidade e outro no machismo” da zona de conforto não é ruim “porque para conquistar essa mulher, o cara vai ter que ser bom, ele vai ter que melhorar”. E será que a “nova mulher” acaba com as atitudes associadas ao “cavalheirismo”, como abrir a porta e pagar a conta? “Existe um componente de espontaneidade na execução desse tipo de coisa que é importante, não pode ser protocolar. Se for natural, acho que sobrevive normalmente. Nada te impede de aparecer com uma flor de vez em quando. É questão de timing”, afirma Borbolla.
 
“SOU DONO DE CASA E ME ORGULHO DISSO”
 
Em conjunto com a esposa, Eduardo Moraes, de 39 anos, decidiu que ela iria deixar o trabalho para ficar com João, filho recém-nascido do casal, “até o dinheiro acabar”. Essa estratégia durou por dois anos, e há seis meses é ele quem fica com o garoto pela manhã e depois o leva à escola. Fotógrafo, ele diz que a agenda flexível permitiu isso, mas que se trabalhasse em horário comercial eles teriam que pagar uma babá, algo que eles não querem: “A gente quer criar”.
Além de cuidar do pequeno João, Moraes também se encarrega de fazer o mercado, o jantar e às vezes dar um jeito na casa. “Eu sou uma dona de casa e me orgulho disso”, brada. “Gostaria que minha mulher fosse uma executiva que ganhasse R$ 30 mil por mês, aí eu ficava em casa, tirava fotos por hobby, fazia a comida, praticava esportes”, brinca.
Como os pais trabalhavam muito, o fotógrafo, ao lado de uma empregada, teve que cuidar do irmão mais novo, experiência que ele acredita ter sido muito útil na hora de exercer o papel de pai.
Foi em um dos momentos de “pai e filho” que ele se indignou certa vez. “Tem uma cozinha na brinquedoteca do clube, o João estava brincando de passar roupa, uma babá tirou outro garoto porque aquilo não era ‘brinquedo de menino’. É um pensamento tão babaca, retrógrado. Não vai mais ser essa coisa de isso é de homem, aquilo é de mulher. É coisa da vida. Tem que fazer o que tem que fazer. Criança que cresce com esse tipo de conceito está ‘ferrada’. Nunca me senti perdido nesse ponto”, completa Edu.
 
“NÃO DEI O PEITO PORQUE NÃO TENHO LEITE”
 
Homem novo é um assunto velho na casa dos Charbel. “Tenho uma opinião formada sobre isso, e talvez fuja do padrão estabelecido desde o meu pai, que já era ‘avançadinho’ na época dele. Filho de imigrantes libaneses, ele foi o primeiro da segunda geração a não se casar com libanês, optando por se casar com uma descendente de imigrantes italianos. Conforme os filhos – quatro meninos e uma menina – iam crescendo, ele assumiu o papel de mãe e pai. Eu meio que puxei isso dele, de querer estar ativamente na criação. Dei o primeiro banho, só não dei o peito porque não tenho leite”, conta Carlos, de 47 anos, filho do “Carlão” e pai de Pedro e Marcela.
Apesar da “modernidade” do pai para a época, Charbel afirma que não vai repetir alguns de seus comportamentos. “Quando fomos para a faculdade, o sonho dele era me ver médico – Carlos é dentista –, mas no caso da minha irmã, ele achava que talvez não precisasse. Não consigo me imaginar dizendo isso para minha filha ou na hipótese dela não se sustentar ou ser sustentada por um marido rico. Falo para ela parar de namorar um cara só, namora três, vai viajar. Tem que estar em uma posição para jamais depender de macho”, diz.
“Quando comecei a namorar a Patricia (sua esposa), eu dizia que eu era filho de pobre e ela, de rico, e que ia virar pobre quando casasse comigo”, brinca Charbel. Após a faculdade, os dois – Patricia também é dentista – abriram um consultório. “Por sermos profissionais liberais, tínhamos agenda [para cuidar dos filhos], mas ela trabalhou desde sempre. Não sei se é um modelo espelhado nos meus pais, mas é uma linha de pensamento, embora as realidades sejam bem diferentes.”
 
EXECUTIVO APOSENTADO E DONO DE CASA AOS 53 ANOS
 
Charbel dá risadas na hora de falar do amigo Afrânio Camarão, executivo aposentado e seis anos mais velho: “Eu brinco que quero ser macho igual ele, mas não consigo”. Afrânio conheceu a aposentadoria neste ano, quatro décadas após se dedicar a uma mesma empresa, onde começou a trabalhar como office boy, ainda adolescente. Sem escritório para ir – ele trabalhava até 14 horas por dia –, ele admite que não era muito fã de cuidar da casa. “Sempre fui o provedor. Nunca fui cara de arrumar nenhuma fechadura. Primeiro, nunca me interessei, e segundo, eu procurava praticar esportes no tempo livre”, afirma.
Se você leu bem, Afrânio não era dono de casa. Um imprevisto fez com que o ex-executivo tomasse as rédeas dos afazeres domésticos. “Ele está se achando o dono da casa, está querendo ser interessado em tudo, faz as compras, assumiu minhas responsabilidades. Até que ele está se saindo direitinho, só na cozinha que ele não entra”, revela Cibele, de 53 anos, casada com Camarão há 29.
Ao falar da sua “administração” dentro de casa, Afrânio, que virou recentemente síndico do condomínio onde mora com a família, praticamente dá lições de economia. “Meu negócio é gestão e administrar pessoas, algo que acumulei durante 30 anos de carreira. Ser dono de casa é uma continuidade, muda o público. É o papel de uma gestão, mas de intensidade menor.” Parece brincadeira, mas ele destaca que, sob seu comando, o condomínio reduziu os custos em 28% em manutenção dos elevadores, limpeza e outros serviços.
Questionado se vai manter as funções quando a esposa voltar novamente ao controle, ele não se anima muito. “No final do ano ela volta para a normalidade. Eu saio de férias, e aí no ano que vem eu volto a fazer outras coisas”, responde. Com “outras coisas” Afrânio quer dizer investir no setor de gastronomia e mexer com o mercado financeiro, e dá sua dica: “Não pode trabalhar só com renda fixa, tem que ter renda variável”.
Embora tenha se dedicado ao trabalho desde cedo, Camarão aceitaria tranquilamente uma rotina inversa. “O modelo poderia ser invertido. Se eu casasse com uma vice-presidente eu ia ser madame, faria academia à tarde e a esperaria bonito à noite. Não me apego. Não tem problema, é inverter os papéis.”
 
HOMEM + MULHER = EQUIPE
 
“Não temos desculpas para não fazer tarefas como cozinhar e levar os filhos à escola, e uma vez que as mulheres trabalham fora, o ideal é a gente cooperar com o que costumava ser trabalho delas. Só não poderemos assumir a amamentação”, diz Ailton Amélio. “A parte social, que é convenção, tem que ser diluída. Homem e mulher podem ser uma equipe, tem que tirar os preconceitos. As mulheres saíram correndo para trabalhar fora, os homens ainda não saíram correndo para trabalhar dentro”, completa o psicólogo.