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sábado, 22 de dezembro de 2012

O Fantasma do Paraíso (Phantom of the Paradise)

 
 
by Filmow
 
Sinopse:
Swan (Paul Williams) é um famoso produtor de discos, que rouba de Winslow Leach (William Finley), um desconhecido compositor, uma cantata que retrata a trajetória de Fausto, o lendário mago, que vendeu sua alma ao diabo. Winslow tenta protestar, mas acaba sendo incriminado por Swan e é condenado à prisão perpétua como traficante, sendo enviado para Sing Sing. Enquanto Swan planeja usar a música roubada para inaugurar o "Paraíso", uma nova casa de espetáculos que está planejada para ser o novo templo do rock, Winslow consegue fugir da prisão. Ele pretende se vingar de Swan, mas sofre um terrível acidente em uma prensa de disco, que deixa seu rosto desfigurado. Perseguido por um guarda, Winslow acaba caindo em um rio, sendo dado como morto. Porém alguns acidentes começam a acontecer quando Swan está prestes a inaugurar o "Paraíso.

Direção:
Brian De Palma

Roteiro:
Brian De Palma

Elenco:
(Reporter)
(Auditioning Singer) (Groupie) (The Juicy Fruits/The Beach Bums/The Undeads)
 
Produtor:
 
País de Origem:
 
FULL ALBUM: Phantom of the Paradise - Original Soundtrack Recording (Vinyl, 1974) 
 

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Criança deve acreditar em Papai Noel?


Embarcar na fantasia pode estimular a imaginação e a criatividade dos filhos, mas os pais não devem insistir na crença caso a criança descubra a verdade
Alessandra Oggioni- especial para o iG São Paulo
O garoto Joaquim Dias Rubim, de 6 anos, ficou um pouco desconfiado quando, no ano passado, o Papai Noel chegou todo bronzeado para entregar os presentes de Natal. “Ele estava moreno. Acho que tinha ido à praia”, contou o menino, estranhando que um sujeito que mora no Pólo Norte aparecesse com a cor do verão. Mas com o incentivo da mãe, a pedagoga Simone Rubim, a suspeita foi esquecida e, neste ano, ele já fez a cartinha ao bom velhinho. “Eu acho importante ele acreditar, resgatar esta inocência, esta fantasia nas crianças”, diz Simone.
 

 
 
 
 
 
 
 
 



Alexandre Carvalho/ Fotoarena
Ano passado, Joaquim desconfiou do Papai Noel que estava muito bronzeado. A suspeita foi esquecida e ele já escreveu sua cartinha de fim de ano para o bom velhinho
A dúvida em crenças como a do Papai Noel é um processo natural no desenvolvimento infantil. Geralmente, por volta dos sete anos, quando o pensamento da criança é mais lógico e ela começa a comparar informações, a desconfiança aparece. No entanto, a idade da “descoberta” pode variar de acordo com o estímulo que ela recebe dos pais e com o ambiente em que vive.
Incentivar as crianças a crer em figuras imaginárias, como a do Papai Noel, enriquece o imaginário e favorece a exploração das ideias e do pensamento infantil, segundo explica a psicóloga e psicanalista Santuza Fernandes Silveira Cavalini, professora doutora da Universidade Mackenzie,em São Paulo.“O importante é entender que o mundo de fantasia é fundamental para que ela possa compreender a realidade. A fantasia, a brincadeira e a imaginação ajudam a criança a lidar com os seus sentimentos”, comenta.

O psiquiatra José Raimundo Lippi, especialista em crianças e adolescentes, diz que a crença no Papai Noel contribui, ainda, para o estímulo da criatividade e atende às fantasias de onipotência próprias da primeira infância. “Assim como creem que os super-heróis podem voar, elas acreditam na existência de um ser poderoso, que pode atender aos seus pedidos”, explica.
Meu filho descobriu, e agora?
Com crianças antenadas no mundo virtual fica cada vez mais difícil manter a fantasia por muito tempo. Segundo apsicopedagoga Maria Irene Maluf,hoje em dia é complicado queuma criança com acesso à internet, à TV, que vá à escola e que tenha irmãos e amigos mais velhos acredite na figura do Papai Noel após os cinco ou seis anos de idade.
E, quando a dúvida surge, é comum que a criança procure respostas no computador ou questione os pais ou os familiares. A advogada Juliana Leal passou por isso quando, no ano passado, depois de comentários de coleguinhas da escola, o filho Vinícius Leal, então com 9 anos, veio perguntar sobre a existência do bom velhinho. “Respondi que, se dentro do coração dele ele acreditasse, então o Papai Noel sempre iria existir”, conta a mãe.
A resposta “em aberto” de Juliana foi proposital. “Não queria forçar uma situação, obrigá-lo a acreditar ou fazer com que ele fingisse acreditar no Papai Noel só para não me deixar chateada”, explicou.



Simone, mãe de Joaquim, acha importante incentivar a fantasia do Papai Noel / Alexandre Carvalho/ Fotoarena


Foi então que, a partir daquele ano, Vinícius deixou a fantasia de lado. Não escreveu a tradicional cartinha, como fazia antes, e pediu o presente de Natal diretamente à mãe. “O problema é que, hoje, as crianças convivem com o mundo real e outro virtual o tempo todo e estão muito mais aptas a compreender, por si mesmas, que o Papai Noel é um personagem muito mais cedo do que os adultos pensam”, explica Maria Irene Maluf.

A psicopedagoga recomenda também que, quando os pais forem questionados, o melhor mesmo é serem francos com a criança e não forçarem a crença. “Quanto mais tempo estes adultos insistirem na veracidade da história do Papai Noel perante um filho que já conhece a verdade, maiores a angústia e a decepção da criança. Afinal, insistindo nessa situação parece que os pais não acreditam que ela já tenha crescido a ponto de distinguir a fantasia da realidade”, diz.
Maria Irene faz questão de ressaltar que essa revelação deve ser feita ao tempo da criança. Ela explica que ser radical e dizer que a figura não existe, sem que a desconfiança tenha vindo da própria criança, é tirar dela a participação em uma história emotiva, cheia de símbolos e com um personagem que dá exemplo de bondade, ensina virtudes e dá esperanças, como outros tantos heróis.
Antes da hora ou tarde demais
Mas o que fazer se a criança desconfia muito cedo que Papai Noel não existe? Neste caso, o melhor é voltar a pergunta, indagando o filho: “o que você acha?”. Assim, descobre-se exatamente o que ele já sabe e o que realmente deseja entender. “O melhor jeito é dizer que o Papai Noel existe, sim. Explique que ele é personagem de uma linda história, contada há muitos anos na época do Natal e, assim como a Cinderela e o Peter Pan, mora na nossa imaginação”, indica Maria Irene.
No entanto, também não há motivos para preocupação se a descoberta demorar mais a aparecer. “O que ocorre é que muitas crianças são desestimuladas e mesmo desencorajadas a persistir na crença por familiares ou coleguinhas. O fato é que cada uma precisa do seu tempo para deixar de acreditar no Papai Noel e em outras crenças”, conclui o psiquiatra José Raimundo Lippi.

domingo, 16 de dezembro de 2012

As Mulheres do 6º Andar (Les femmes du 6ème étage)

É realmente possível mudar de vida depois dos 40 anos?

Sinopse

Paris, década de 1960.
O filme “As Mulheres do 6º Andar” mostra a história de Jean-Louis Joubert (Fabrice Luchini), um corretor que leva uma vida burguesa ao lado da esposa Suzanne. Quando a sua empregada doméstica, há 20 anos, decide ir embora, sua pacata rotina é transformada pela chegada de Maria (Natalia Verbeke),empregada espanhola que mora com a tia e outras conterrâneas nos pequenos alojamentos para empregados do sexto andar do prédio.Motivado pela simpatia de Maria, Jean-Louis começa a se aproximar dessas mulheres,que começa a viver com emoção e prazeres mais sutis, em um ambiente completamente diferente ao que vivia.

 

 
 
Informações técnicas:

Gênero:Comédia
Título Original: Les femmes du 6eme etage
Direção: Philippe Le Guay
Elenco: Fabrice Luchini, Sandrine Kiberlain, Natalia Verbeke, Carmen Maura, Lola Dueñas, Berta Ojea, Nuria Solé, Concha Galán.
Distribuidora: Vinny Filmes
Ano: 2011
Duração: 104mn.
Trilha Sonora: Jorge Arriagada
 


 

 

 

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

De menino, de menina


Estimular os filhos a brincar de boneca e as filhas a pilotar carrinhos incentiva a igualdade entre os gêneros no futuro

Renata Losso, especial para o iG São Paulo

Alexandre Carvalho /Fotoarena
A psicóloga Larissa Carpintéro: tudo bem dar carrinhos para a filha e boneca para o filho

Meninas devem gostar mais de bonecas e meninos, de carrinhos. Embora seja mais comum que isso aconteça, não existe uma regra. Mas por que ainda incomoda, para muitos pais, ver seu menino brincando de boneca?

De acordo com Teresa Helena Schoen-Ferreira, psicopedagoga responsável pelo setor de Psicopedagogia do Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente (CAAA) da Unifesp, a partir dos dois anos de idade da criança a sociedade já começa a dizer do que ou com o que o menino e a menina devem brincar. “Até esta faixa etária os brinquedos estão ligados ao desenvolvimento da criança. O que muda é a cor deles, como um chocalho rosa para menina e um azul para menino. Depois disso, você não costuma ver pai dando panelinha para o filho ou carrinho para a filha”, diz a especialista. E os meninos que por acaso gostam de bonecas ou de brincar de cozinhar com panelinhas? Eles acabam sendo os mais prejudicados.

“Nós estamos numa sociedade que sempre enfatiza o heterossexual, mas a mulher tem muito mais liberdade neste quesito do que o homem. Não tem problema se ela trabalha e é dona de casa, se ela usa ou não maquiagem, se ela escolhe estudar Engenharia ou Medicina. Mas não aceitam muito bem homens estudando Pedagogia ou Letras, por exemplo”, explica Teresa.

O problema dos brinquedos começa no medo que os pais – na maioria das vezes, principalmente o pai – têm do filho crescer e se descobrir homossexual. Mas os brinquedos de uma criança não irão influenciar na sexualidade dela. E, embora racionalmente muitos pais entendam isso, poucos se sentem confortáveis ao ver o filho brincando de boneca, preferindo constrangê-los – ou mesmo proibi-los.

É proibido proibir

Segundo Birgit Mobus, psicopedagoga da Escola Suíço-Brasileira, em São Paulo, muitos pais acreditam que incentivar ou simplesmente deixar os filhos brincarem com brinquedos dirigidos ao sexo oposto é como influenciá-los a serem homossexuais no futuro. No máximo, acontece o contrário: a criança já tem uma tendência à homossexualidade – o que poderá fazer com que ela se identifique mais com o sexo oposto e, consequentemente, prefira os brinquedos e atividades direcionados a tal. Qualquer que seja o caso, proibir não é nada saudável.

“Não podemos ensinar que o que é prazeroso é proibido. Pode ser que uma menina seja boa em jogar futebol, se sobressai nesta habilidade, e a mãe vai puni-la por isso?”, questiona Birgit. Segundo ela, esse veto pode afetar a formação da identidade da criança. Maria Cristina Capobianco, psicóloga especialista em comportamento infantil e adolescente, explica que o importante não é o brinquedo que é utilizado, mas a relação que seu filho ou filha terá com ele. Por isso, os pais precisam estar preparados para conversar com as crianças sobre o tipo de brinquedo que elas pedem: é importante saber porque elas querem aquele brinquedo e o que será feito com ele.

“É importante que as crianças possam explorar todo tipo de brinquedos e se imaginar nas mais variadas situações possíveis”,afirma Maria Cristina. Segundo ela, a atividade lúdica permite criar, pensar e sentir também aquilo que é vivido pelos outros e, assim, trabalhar os sentimentos conflitantes que são naturais no desenvolvimento. “A criança, quando brinca, cria situações imaginárias em que se comporta como se estivesse agindo no mundo adulto. Desta forma, seu conhecimento sobre o mundo vai se ampliando”, completa.

Hoje vou de carrinho, amanhã de cozinha

Para isso, os pais podem sim proporcionar um repertório amplo de brinquedos, independentemente do gênero ao qual eles são direcionados. É o que faz a psicóloga Larissa Carpintéro, de 33 anos. Mãe de Elis e João, ela conta que, quando a filha de seis anos era mais nova, costumava pedir que dessem a ela carrinhos e brinquedos que fogem do estereótipo feminino. “Eu queria que ela tivesse acesso a coisas diferente de bonecas, panelinhas e vassourinhas”. A iniciativa da mãe encontrava eco na menina: segundo Larissa, Elis vira e mexe se interessava por brinquedos designados aos meninos quando estava na escola ou quando ia visitar algum amiguinho.

O mesmo aconteceu com João, hoje com dois anos. Ele já se interessou pelo esmalte da irmã. E a mãe deixa que ele passe, sem problema algum: “Ele fica livre para brincar com o que tiver, seja de menino ou menina, e eu só vejo coisas positivas nisso”. Com João agora também brincando de boneca assim como brinca de carrinho, Larissa comenta ver na atividade uma maneira de ele exercitar um lado mais carinhoso e sensível, assim como Elis irá exercitar um lado mais objetivo ao se divertir com brinquedos tidos como masculinos.

Para Teresa, essa desmistificação dos brinquedos vai além. Com o passar dos anos, os papéis sociais do homem e da mulher apresentaram algumas mudanças. Atualmente, mulher também trabalha fora de casa e homem também ajuda nos afazeres domésticos. Como, então, proibir um menino de brincar de boneca se é algo que, no futuro, poderá colaborar para o sucesso dele com os próprios filhos? Vetar as possibilidades da criança crescer com diferentes brincadeiras é um péssimo começo para uma época em que se luta pela igualdade de gêneros em diversos países. “Você tem que educar para a igualdade, então precisa existir a possibilidade de conhecer outros lados”, acredita a psicopedagoga.
Enaltecendo as diferenças

A bibliotecária Ana Marchesini tem o exemplo desta mudança dentro de casa. Ela e o marido se ajudam na cozinha e nos cuidados com o filho Guilherme, entre outras atividades. Portanto, ela não vê problema se o menino, hoje com seis anos, brinca de carrinho com o pai e, ao mesmo tempo, brinca de cozinha com panelas e fogãozinho. Mas ainda há quem veja: “Nunca me incomodei com isso, mas um amigo de meu marido nos visitou uma vez e, quando viu a cozinha de brinquedo do meu filho, disse que menino não brinca com isso”.

Segundo ela, proibir o filho de brincar do que gosta é criar problema onde não tem. O que a incomoda, no entanto, é a maneira como os outros vão ver a criança. “De vez em quando ele também brinca de Barbie com a prima e, por ser Barbie, me incomoda um pouco. Mas mais pelo preconceito que ele pode sofrer do que por qualquer outra coisa”, explica a mãe. E com razão. Fora de casa, a criança pode sofrer preconceito não só de outros adultos, mas principalmente de crianças da mesma idade. Se um menino que tem entre 10 e 12 anos não gosta de futebol, ele pode acabar sendo zombado pelos colegas da escola.

Para Teresa, a melhor forma de diminuir o preconceito em relação aos brinquedos é apresentar aos filhos todos os tipos de atividades – independentemente do gênero ao qual elas são direcionadas. Oferecer opções, sejam elas rosas ou azuis, não é condenável – muito pelo contrário. “É preciso enaltecer as diferenças”, afirma.

 
 
 
 
 

"Não existe criação de gênero neutro", diz "pai de saias"


Em entrevista exclusiva ao Delas, Nils Pickert, que foi chamado de "pai do ano" por internautas do mundo todo, explica o que o levou a usar saias em público para apoiar o filho
Clarissa Passos- iG São Paulo
 
 
 
Reprodução/Emma.de
Nils e o filho na cidade onde moram: pai decidiu usar saias para apoiar o menino
 
 
"Um vestido é apenas um vestido". Esta é a opinião de Nils Pickert, 32 anos, escritor nascido em Berlim. Casado, está com a esposa há 16 anos, com quem tem dois filhos: uma menina de sete e um menino de cinco anos. Há pouco menos de um ano e meio a família se mudou para uma pequena cidade ao sul da Alemanha e Nils se tornou famoso mundialmente, embora tenha conseguido manter sua privacidade. A celebridade veio por conta de um artigo escrito para a revista alemã EMMA e replicado por sites do mundo todo. Nele, Nils explica sua decisão de passar a usar saias em público como forma de apoiar o filho, que gosta de usar vestidos e pintar as unhas.
"Neutro" não é uma opção. Devemos procurar o "justo" em vez do "neutro".
Criticado por muitos e chamado de "pai do ano" por outros, Nils explica suas razões em entrevista exclusiva ao Delas, realizada por e-mail.
iG: Você é adepto da criação de gênero neutro?
Nils Pickert: Não existe essa coisa de "criação de gênero neutro". Se eu tentasse criá-lo dessa maneira, estaria levando-o ao igualitarismo, e não à igualdade. O igualitarismo nega a existência das diferenças. A igualdade defende que todos devem ter direitos iguais. Eu sou a favor da igualdade, o que significa ter os mesmos direitos de escolha não apesar, mas por causa das diferenças. Sempre haverão gêneros diferentes e identidades diversas. "Neutro" não é uma opção. Devemos procurar o "justo" em vez do "neutro".
iG: Quantos filhos você tem e qual a idade deles?
Nils Pickert: Tenho uma filha de sete e um filho com cinco anos.
iG: Quanto tempo você morou em Berlim?
Nils Pickert: Nasci e fui criado lá. Meus filhos também nasceram lá. Nos mudamos há 16 meses e, antes disso, vivemos sempre em Berlim.
iG: Desde quando seu filho mostrou interesse por vestidos, esmaltes e outros elementos culturalmente associados ao feminino?
Nils Pickert: Não criamos um ambiente em que ele precisasse identificar certas coisas como masculinas ou femininas. Por que deveríamos fazê-lo? Algumas pessoas gostam de esmaltes, como meu filho e a irmã dele. E há pessoas que detestam esmaltes, como a mãe dele. Usar saias ou gostar de coisas cor de rosa não é feminino por si só. Agir de forma áspera e ser durão não é masculino por si só. Somos nós que atribuímos estes valores.
“Usar saias ou gostar de coisas cor de rosa não é feminino por si só. Agir de forma áspera e ser durão não é masculino por si só. Somos nós que atribuímos estes valores.”
iG: Como você se sentiu ao perceber que ele gostava de usar saias? Você ficou preocupado? Pensou no que as pessoas iriam dizer?
Nils Pickert: Não fiquei preocupado, não há nada para se preocupar. Ele é meu filho e está tentando viver a vida da melhor maneira que pode. Se ele quiser fazer aulas de boxe, tudo bem! Se quiser dançar balé, tudo bem também. Mas é claro que pensei no que as pessoas iam dizer para mim. Todo mundo tem o direito de criticar minhas decisões. Sou eu, e não ele, quem está tomando uma posição. Ele só quer usar vestidos de vez em quando. Já eu estou tentando garantir que todos ao nosso redor entendam que ele não está sozinho e que eu estou aqui para apoiá-lo. Para isso, estou disposto a fazer papel de bobo -- sou pai dele.
iG: Quando pequeno, você também gostava de vestidos ou outros elementos associados ao feminino?
Nils Pickert: Não, nunca.
iG: Muitas pessoas criticaram sua atitude argumentando que, permitindo a seu filho experimentar elementos associados ao feminino, você está deixando de ensiná-lo os códigos sociais, função fundamental dos pais. O que você acha?
Nils Pickert: Isso é um argumento cínico e um pouco covarde. Ele tem total capacidade de entender os códigos sociais. Mas, acima disso, ele é capaz de distinguir o que é superficial e o que é mais profundo. Um vestido é só um vestido. Ser mau ou violento, isso sim é um problema. Talvez ele deixe de usar vestidos um dia. Mas sempre haverá gente que, por ser diferente, vai precisar da compreensão e da paciência dele. As pessoas me perguntam porque não poupo meu filho dos olhares de reprovação simplesmente dizendo-o para não sair mais de vestido. Prefiro poupá-lo de um julgamento cruel e odioso da sociedade, e só tem uma forma de fazer isso: mudando-a. Não porque somos diferentes ou párias, mas porque poderíamos sê-los. Não lidar com questões de gênero não nos dá o direito de julgar quem é. Nos dá o privilégio de ajudar quem está às voltas com estas questões.
iG: Você acha que brincar ou experimentar papéis associados ao feminino pode influenciar na sexualidade do seu filho?
Nils Pickert: A sexualidade do meu filho não é problema meu. Não sou dono do futuro do meu filho. O futuro dele é todo dele, para ele viver -- eu sou abençoado por poder acompanhá-lo.
 

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O segredo do casal Barack e Michelle Obama


Fotos revelam que, após 20 anos de casamento, o presidente reeleito e a primeira-dama dos EUA esbanjam cumplicidade e romantismo. Como eles conseguem?

Ricardo Donisete- iG São Paulo

No início da madrugada de quarta-feira (07/11/2012), Barack Obama usou o Twitter para celebrar sua reeleição como presidente dos Estados Unidos. Na rede social, ele postou a frase “Mais quatro anos” e uma foto. A imagem mostrava o homem mais poderoso do mundo dando um abraço apertado na esposa Michelle Obama.

 Foto: Reprodução/Twitter

Pouco tempo depois, no discurso da vitória, Obama deixou claro o porquê da presença dela na foto. “Eu não seria o homem que sou hoje sem a mulher que concordou em se casar comigo 20 anos atrás. Vou dizer isso em público: Michelle, nunca te amei tanto. Nunca estive tão orgulhoso ao ver o resto da América se apaixonar por você também como nossa primeira-dama”, disse o presidente reeleito, em uma fala exibida ao vivo por TVs ao redor de todo o planeta.

Essa declaração de amor pública reforçou ainda mais a imagem de casal apaixonado que os Obama deixam transparecer publicamente desde que foram morar na Casa Branca. Mas qual será o segredo deles para manter uma relação tão viva mesmo depois de duas décadas de convivência?

“Apesar de não podermos afirmar nada, já que não conhecemos a intimidade do casal, o que esse discurso e as imagens dos dois mostram é que eles têm uma relação baseada em muita cumplicidade, de uma parceria de verdade. Esse pode ser um dos ingredientes do sucesso do relacionamento”, analisa a psicóloga e terapeuta de casais Ana Canosa.

Autora do livro “A Escolha do Cônjuge” (Artmed), a psicoterapeuta Iara Camaratta Anton também ressalta a cumplicidade do casal Obama e oferece outras hipóteses para o êxito deles na vida a dois. “Casamento é uma sociedade motivada pelo afeto. E relação deles parece ter muito disso. Eles demonstram ter muito orgulho um do outro, trocam carinhos publicamente de uma maneira que parece ser bem espontânea” , pondera Iara.
 

 
Getty Images
No palanque da primeira vitória, em 2008, Obama e o vice Joe Biden comemoraram de forma distinta com as esposas: a paixão do casal já transparece ali

Para Ana, a maneira como Obama se referiu à Michelle no discurso evidencia a importância que ela teve na conquista dele. “Quando o presidente faz uma declaração como essa, ele legitima o papel da mulher nesse momento de glória. Fica muito claro que é um projeto dos dois e não só dele”, destaca a terapeuta.

Para apoiar o projeto político do marido, Michelle abdicou de uma carreira bem sucedida como advogada e administradora. Formada pelas prestigiadas universidades de Princeton e Harvard, a hoje primeira-dama parou de trabalhar quando Obama foi eleito presidente pela primeira vez, em 2008.

“Essa escolha não pesou na relação porque Michelle soube se individualizar, não ficou na sombra do marido. Ela deixou a carreira de lado, mas tem projetos próprios”, pontua Iara, se referindo aos trabalhos sociais da primeira-dama, como a campanha que ela promove nas escolas americanas para diminuir a obesidade infantil nos EUA.

 

Getty Images
Michelle e Barack em um dos bailes inaugurais do primeiro mandato, em 2008: cumplicidade

 
Faça a coisa certa

Obama e Michelle se conheceram numa firma de advocacia em Chicago, onde os dois trabalhavam. Em entrevistas, a primeira-dama declarou que ficou impressionada com a conversa e a aparência dele em um jantar de negócios de que ambos participaram. O primeiro encontro romântico como casal foi para assistir ao filme “Faça a Coisa Certa”, em 1990. Dirigida por Spike Lee, a película trata da relação divertida e também conflituosa entre as comunidades negra, latina e italiana no bairro do Brooklyn, em Nova York.

O programa deu em namoro e o casamento aconteceu dois anos depois, em 1992, na mesma cidade de Chicago. A relação gerou duas filhas, Malia e Sasha, nascidas, respectivamente, em 1998 e 2001.

Completados no último dia 3 de outubro, os 20 anos de casamento do primeiro-casal dos EUA não puderam ser comemorados porque Obama enfrentou, na data, o primeiro debate da campanha da reeleição. Mesmo sim, os dois fizeram questão de declarar o amor um pelo outro no Twitter.

“Há 20 anos eu me casei com o amor da minha vida e minha melhor amiga. Feliz aniversário, Michelle”, escreveu Obama na rede social, postando também uma foto do casamento. Mantendo o romantismo, a primeira-dama também respondeu a mensagem em seu perfil no Twitter: “Feliz 20º aniversário, Barack. Obrigada por ser um parceiro, amigo e pai maravilhoso todos os dias. Eu te amo!”.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O homem de “Esse Cara Sou Eu” é o parceiro ideal?


O perfil para lá de romântico descrito no sucesso de Roberto Carlos pode não ser tão bom quanto parece. Leia opinião de especialistas ...

Ricardo Donisete- iG São Paulo

Divulgação/TV Globo
Rodrigo Lombardi como Theo: ator chorou ao ouvir a música no especial de Roberto

Roberto Carlos está novamente no topo das paradas de sucesso, ultrapassando, inclusive, a mítica marca de um milhão de discos vendidos, o que não acontecia com o cantor há mais de dez anos. A responsável pelo sucesso é a ultrarromântica “Esse Cara Sou Eu”. Primeiro lugar em vendas na loja virtual iTunes, a canção tem seu êxito potencializado pela participação na trilha sonora da novela global "Salve Jorge", onde embala as intensas cenas de amor dos protagonistas Théo (Rodrigo Lombardi) e Morena (Nanda Costa).
A música descreve os sentimentos de um homem apaixonado que idolatra sua amada, como deixa claro o trecho inicial (veja vídeo com a letra abaixo): “O cara que pensa em você toda hora. Que conta os segundos se você demora. Que está todo o tempo querendo te ver. Porque já não sabe ficar sem você”.

Ao mesmo tempo em que faz sucesso nas rádios e na TV, a música gerou piadas nas redes sociais. Em paródias no Facebook, internautas postaram mensagens que diziam que o tal “cara” não é romântico, mas um chato, inseguro e dependente da parceira. Piada ou não, a brincadeira levanta a pergunta: o homem descrito na música “Esse Cara Sou Eu” agrada ou afugenta as mulheres?

Ao falar da sua intenção ao compor a canção no dominical “Fantástico”, na TV Globo, Roberto disse que esse homem é, sim, o ideal feminino. “Essa música eu fiz para falar do cara que toda mulher gostaria de ter. E do cara que eu tento ser”, contou o mais popular dos cantores brasileiros.

No mesmo programa, Rodrigo Lombardi concordou com o cantor, revelando que se identifica totalmente com o homem de “Esse Cara Sou Eu”, elegendo como seu trecho favorito da música o verso: “É aquele que no meio da noite te chama para dizer que te ama”. Durante um show recente de Roberto, Rodrigo não conteve as lágrimas e chorou copiosamente.
"Virando um chato"

No entanto, Lana Harari, psicóloga e terapeuta de casais, pondera que a maioria das mulheres só se encanta por um homem assim durante um período do relacionamento. “No início ou no auge da paixão, é possível um parceiro que dê tantas demonstrações derramadas do seu amor agradar. Mas depois isso pode acabar cansando a mulher. Ele acaba virando mesmo um chato”, analisa.

TV Globo/Estevam Avellar/ Roberto Carlos com os atores Nanda Costa (Morena) e Rodrigo Lombardi (Theo), protagonistas de "Salve Jorge"

Quando este comportamento ultrapassa o estágio da paixão, a relação pode acabar entrando num terreno perigoso, de acordo com a psicanalista Luciana Saddi, autora do livro “Perpétuo Socorro” (Jaboticaba), que aborda uma crise amorosa. “O exagero da demanda pode acabar resultando em violência. Alguém que passa o tempo todo pensando na mulher exige dela o mesmo comportamento. Ele fica insatisfeito quando ela não dá esse retorno”, pondera. “A paixão se transforma em perseguição”.

Roberto Carlos - Esse Cara Sou Eu (Official Lyric Video) 

Discurso x prática
Luciana enxerga traços de imaturidade nesse tipo de homem. “Um indivíduo assim pode ser comparado a um bebê vivendo a fantasia aterrorizante de perder a mãe. Ele é dependente da parceira, sua existência depende dela”, avalia a psicanalista.

Outro problema acontece quando esse amor todo fica só no discurso e não se mostra na prática. “Do que adianta o cara dizer que te ama a cada cinco minutos, se ele se recusa a buscar o filho no colégio quando você precisa ficar até mais tarde no trabalho?”, exemplifica Lana. “Em uma relação duradoura, o apreço também deve ser demostrado por gestos e ações, e não só com palavras”, completa a psicóloga.
Para Luciana, os relacionamentos reais ficam longe dessa versão idealizada de amor da música de Roberto. “É uma ideia de que o casamento vai dar tudo o que você precisa. Mas os casamentos são insatisfatórios, porque é impossível atender todas as demandas do outro. E isso não é um problema, mas uma realidade”, pontua a psicanalista.

“Muitas mulheres desperdiçam a chance de ser feliz com um homem legal porque ficam esperando esse cara que dê conta de tudo”, alerta psicanalista. “O risco é que esse cara pode acabar nunca chegando”, finaliza Luciana.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Beautiful People ( A Guerra dos Outros)

Uma frase do filme: "Somos todos antigos"

Ficha técnica do filme
 
Ano: 19991999
Título Original: Beautiful People
Diretor:  Jasmin DizdarJasmin Dizdar
Produção: Ben Woolford
Categoria: Comédia
Duração: 107 minutos

Sinopse do filme

A Guerra da Bósnia chega a Inglaterra através de situações que envolvem 4 famílias londrinas. Enquanto um adolescente vai parar acidentalmente no meio do fogo cruzado, onde encontra um repórter da BBC que está cobrindo a guerra, um médico resolve ajudar uma mulher bósnia grávida, enquanto está se separando de sua esposa. Ao mesmo tempo um croata e um sérvio, anteriormente amigos e agora inimigos declarados, se encontram por acaso nas ruas de Londres, seguindo logo em seguida para um hospital, no qual um ex-soldado bósnio se apaixona perdidamente por uma médica inglesa.

Beautiful People (1999) Trailer
http://youtu.be/6UTZTKoZmM8

Duas músicas do filme

Jasmin Dizdar / Outback - BEAUTIFUL PEOPLE
http://youtu.be/InLTIXqEy7w


Jasmin Dizdar / L.M.Gottschalk - BEAUTIFUL PEOPLE
http://youtu.be/WiPiLvK9_N8

Duas fotos(acervo pessoal) de viagem à Bósnia e Herzegovina em setembro de 2012


Rio Bósnia - Visoko - Bósnia e Herzegovina - 2012

 
 
Sarajevo - Bósnia e Herzegovina - 2012