Mona Dorf
O violinista é um nome, uma figura que lembra a pintura de Chagall, onde os personagens parecem flutuar entre a realidade, o sonho e o céu.
” É a possibilidade de você se equilibrar, de você fazer a arte, quando tudo está ruindo ao seu redor, o musical fala de tolerância, convivência… Até que ponto voce pode ceder em relação ao outro”, comenta Charles Möeller.
Baseado nos tradicionais contos judaicos de Sholom Aleichem, ‘Um Violinista no Telhado’ estreou na Broadway em 1964, com música de Jerry Bock e Sheldon Harnick, imortalizando canções com If I were a rich man mundo afora. Depois da bem sucedida temporada carioca, chega aso palcos paulistanos.
A reeinvenção de José Mayer
Atuar em ‘Um Violinista no Telhado’ é uma prova de fogo para qualquer ator, o personagem – o patriarca Tevye - exige um intérprete carismático, que equilibre técnica vocal e carisma. José Mayer já tinha feito antes dois musicais, um deles com Aderbal Filho, o ator tem tido há três anos aula de canto, mas sabia que havia um belo desafio pela frente: ” Obsessão é a marca do meu trabalho, mas ganhei um presente ao poder fazer esse musical, com uma companhia que prima pelo capricho, esmero, acabamento”, falando da Conteúdo Teatral, de Isser Korick e Leo Steinbruck, que produz o musical.
Parece que o ator nasceu talhado para o papel. E como canta!
José Mayer e a tradição…
A história
Tevye (José Mayer) entra em atrito com as três filhas mais velhas, Tzeitel (Rachel Rennhack), Hodel (Malu Rodrigues/Karina Mathias) e Chava (Julia Fajardo), que desafiam a tradição judaica, ao rejeitar os casamentos arranjados e adotar comportamentos “modernos” para o padrão religioso da pequena aldeia onde vivem. Ao lado da esposa Golda, (Soraya Ravenle), ele tenta conciliar os conflitos familiares.
Sem nunca perder o bom humor, Tevye lida à sua maneira com os problemas. Pensa alto, ri de si mesmo e conversas com Deus. O mais duro é driblar a esposa! A cena do sonho com a sogra que está morta, que relata para a mulher, como prenúncio de que o casamento não vai dar certo é impagável.
Além de conciliar a tradição com os novos tempos e a realidade das filhas casadoiras rebeldes, outro problema aflige a pequena comunidade de Anatevka: a hostilidade de grupos russos anti-semitas do Czar que começam a tumultuar o cotidiano das famílias. Os progroms - perseguições ás populações judaicas da Europa oriental – eram muito comuns no começo do século e duraram até as grandes guerras.
A vida em Anatevka podia ser pobre e difícil, mas era muito animada, com muita fofoca nos ghettos, música e dança. A dança da garrafa é hit da coreografia do musical e mostra a influência dos passos russos no repertório judaico.
A dança da garrafa é um tour de force para os atores/dançarinos
Entre rezas e festas tradicionais, celebrações de shabat e de casamentos, uma vitrine dos costumes judaicos
Na fictícia aldeia judaica de Anatevka, no interior da Rússia vivem moradores típicos, como o rabino, a casamenteira, o açougueiro, o mendigo e o forasteiro que chega para revolucionar os costumes seculares da aldeia.
Para vivê-los, o elenco participou de um workshop com Michel Gherman, mestre em História Judaica pela Universidade Hebraica de Jerusalém, e o ator e pesquisador Claudio Erlichman.
O produtor Isser Korik, da Conteúdo Teatral, discorreu sobre o significado religioso de cada costume judaico retratado no espetáculo: “O que os mantém juntos é a tradição. Eles poderiam ter desaparecido, mas não aconteceu por causa, do amor maior à família, à tradição e aos rituais. É muito bonito falar disso num musical que é um ícône da cultura.
Charles Möeller e Isser Korich falam da riqueza do musical
Canções bem-humoradas como ‘If I Were a Rich Man’, se misturam com outras mais líricas como ‘Do you Love Me?’ e ‘Sunrise, Sunset’, um dos grandes momentos, ainda que estranhamos vê-las cantadas nas versões em português.
É que ‘Um Violinista no Telhado’ tem uma longeva trajetória ao redor do mundo, no palco e no cinema. Na época da estreia, bateu recorde de permanência, ficou quase oito anos em cartaz. Teve dez indicações ao Tony, e venceu em nove categorias. A montagem londrina de 1967 consagrou o ator israelense Chaim Topol como Tevye, personagem que ele viveu também no filme (‘Fiddler on the Roof’, 1971) e até hoje segue em turnê pelos Estados Unidos.
A coreografia original de Jerome Robbins foi recriada aqui por Janice Botelho. O cenário é de Rogério Falcão, os figurinos de Marcelo Pies.
Teatro Alfa
Temporada de 16 de março a 15 de julho
R. Bento Branco de Andrade Filho, 722 – Santo Amaro
Quintas, às 21h. Sextas, às 21h30. Sábados, às 17h (a partir de abril) e 21h. Domingos, às 17h.
Fonte: Portal iG
O violinista é um nome, uma figura que lembra a pintura de Chagall, onde os personagens parecem flutuar entre a realidade, o sonho e o céu.
” É a possibilidade de você se equilibrar, de você fazer a arte, quando tudo está ruindo ao seu redor, o musical fala de tolerância, convivência… Até que ponto voce pode ceder em relação ao outro”, comenta Charles Möeller.
Baseado nos tradicionais contos judaicos de Sholom Aleichem, ‘Um Violinista no Telhado’ estreou na Broadway em 1964, com música de Jerry Bock e Sheldon Harnick, imortalizando canções com If I were a rich man mundo afora. Depois da bem sucedida temporada carioca, chega aso palcos paulistanos.
A reeinvenção de José Mayer
Atuar em ‘Um Violinista no Telhado’ é uma prova de fogo para qualquer ator, o personagem – o patriarca Tevye - exige um intérprete carismático, que equilibre técnica vocal e carisma. José Mayer já tinha feito antes dois musicais, um deles com Aderbal Filho, o ator tem tido há três anos aula de canto, mas sabia que havia um belo desafio pela frente: ” Obsessão é a marca do meu trabalho, mas ganhei um presente ao poder fazer esse musical, com uma companhia que prima pelo capricho, esmero, acabamento”, falando da Conteúdo Teatral, de Isser Korick e Leo Steinbruck, que produz o musical.
Parece que o ator nasceu talhado para o papel. E como canta!
José Mayer e a tradição…
A história
Tevye (José Mayer) entra em atrito com as três filhas mais velhas, Tzeitel (Rachel Rennhack), Hodel (Malu Rodrigues/Karina Mathias) e Chava (Julia Fajardo), que desafiam a tradição judaica, ao rejeitar os casamentos arranjados e adotar comportamentos “modernos” para o padrão religioso da pequena aldeia onde vivem. Ao lado da esposa Golda, (Soraya Ravenle), ele tenta conciliar os conflitos familiares.
Sem nunca perder o bom humor, Tevye lida à sua maneira com os problemas. Pensa alto, ri de si mesmo e conversas com Deus. O mais duro é driblar a esposa! A cena do sonho com a sogra que está morta, que relata para a mulher, como prenúncio de que o casamento não vai dar certo é impagável.
Além de conciliar a tradição com os novos tempos e a realidade das filhas casadoiras rebeldes, outro problema aflige a pequena comunidade de Anatevka: a hostilidade de grupos russos anti-semitas do Czar que começam a tumultuar o cotidiano das famílias. Os progroms - perseguições ás populações judaicas da Europa oriental – eram muito comuns no começo do século e duraram até as grandes guerras.
A vida em Anatevka podia ser pobre e difícil, mas era muito animada, com muita fofoca nos ghettos, música e dança. A dança da garrafa é hit da coreografia do musical e mostra a influência dos passos russos no repertório judaico.
A dança da garrafa é um tour de force para os atores/dançarinos
Entre rezas e festas tradicionais, celebrações de shabat e de casamentos, uma vitrine dos costumes judaicos
Na fictícia aldeia judaica de Anatevka, no interior da Rússia vivem moradores típicos, como o rabino, a casamenteira, o açougueiro, o mendigo e o forasteiro que chega para revolucionar os costumes seculares da aldeia.
Para vivê-los, o elenco participou de um workshop com Michel Gherman, mestre em História Judaica pela Universidade Hebraica de Jerusalém, e o ator e pesquisador Claudio Erlichman.
O produtor Isser Korik, da Conteúdo Teatral, discorreu sobre o significado religioso de cada costume judaico retratado no espetáculo: “O que os mantém juntos é a tradição. Eles poderiam ter desaparecido, mas não aconteceu por causa, do amor maior à família, à tradição e aos rituais. É muito bonito falar disso num musical que é um ícône da cultura.
Charles Möeller e Isser Korich falam da riqueza do musical
Canções bem-humoradas como ‘If I Were a Rich Man’, se misturam com outras mais líricas como ‘Do you Love Me?’ e ‘Sunrise, Sunset’, um dos grandes momentos, ainda que estranhamos vê-las cantadas nas versões em português.
É que ‘Um Violinista no Telhado’ tem uma longeva trajetória ao redor do mundo, no palco e no cinema. Na época da estreia, bateu recorde de permanência, ficou quase oito anos em cartaz. Teve dez indicações ao Tony, e venceu em nove categorias. A montagem londrina de 1967 consagrou o ator israelense Chaim Topol como Tevye, personagem que ele viveu também no filme (‘Fiddler on the Roof’, 1971) e até hoje segue em turnê pelos Estados Unidos.
A coreografia original de Jerome Robbins foi recriada aqui por Janice Botelho. O cenário é de Rogério Falcão, os figurinos de Marcelo Pies.
Teatro Alfa
Temporada de 16 de março a 15 de julho
R. Bento Branco de Andrade Filho, 722 – Santo Amaro
Quintas, às 21h. Sextas, às 21h30. Sábados, às 17h (a partir de abril) e 21h. Domingos, às 17h.
Fonte: Portal iG
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ResponderExcluirPor ser muito antigo o quadro de comentário do blog, ele ainda apresenta a opção comentar anônimo, mas, com a mudança na legislação
....... NÃO SERÁ PUBLICADO COMENTÁRIO ANÔNIMO....