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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Tomás de Torquemada

by mariomangueira in História

O que dizer deste homem? Na capa do livro “Torquemada” de Manuel Barrios diz: Se este homem fosse vivo, Dan Brown nunca teria escrito O Código da Vinci.

Tomás de Torquemada, nasceu em Espanha, Valladolid, 1420, conotado como O Grande Inquisidor. Foi inspector-geral dos reinos de Castela e Aragão no século XV e confessor da rainha Isabel a Católica.

Torquemada é conhecido por sua campanha contra os judeus e muçulmanos convertidos da Espanha. O número de autos-de-fé durante a sua “missão” como inquisidor é controverso, mas o número mais aceito é 2.200. Agora peço para parar e raciocinar um pouco. Se o ano tem 365 dias, os 2.200 autos-de-fé, divididos pelos dias, dá 6 anos consecutivos traduzidos em um auto-de-fé por dia. É inimaginável, durante 6 anos este homem poderia ter todos os dias uma “execução”.

Tornou-se frade domenicano no Convento de São Paulo em sua cidade natal. Em 1452 foi eleito prior do Convento de Santa Cruz, em Segóvia. Era sobrinho do cardeal Juan de Torquemada, igualmente domenicano.

Na segunda metade do século XV, a Península Ibérica tinha mais judeus convertidos do que qualquer outra região do mundo. Ocupada durante séculos pelos muçulmanos, que concediam aos judeus e cristãos liberdade de culto a troco de um imposto especial, a Península Ibérica tornou-se um refúgio ideal e palco de uma intensa troca civilizatória entre elementos das culturas cristã, muçulmana e judaica. Entre os frutos desse intercâmbio, destaca-se a Astrologia, quase desaparecida da Europa durante alguns séculos e que retorna ao continente exatamente pela via do contato com o mundo islâmico, na região do Mediterrâneo.

Com a progressiva unificação da Espanha (resultado da união dos reinos de Leão e Castela e, mais tarde, destes com Aragão) os muçulmanos e os judeus foram aos poucos “empurrados” para o sul, obrigados a migrar para o Marrocos ou a fazer uma conversão forçada ao cristianismo, porém, tal conversão era sempre vista com desconfiança, já que na maioria dos casos estas pessoas continuavam em segredo a praticar seus antigos cultos.

Com o casamento de Fernando de Aragão com Isabel de Castela, os dois reinos se uniram e a Espanha moderna começou a se formar. Torquemada, na época (1478), era frade dominicano e confessor de Isabel, função que exercia desde 1474. Em 1483 por nomeação do papa Sixto IV, Torquemada se torna inquisidor-geral espanhol.
Torquemada difundia que os judeus não eram confiáveis e que o país “precisava” possuir apenas sangre limpia, ou seja, sangue puramente cristão. O objetivo da Inquisição era a erradicação da heresia, o que, para Torquemada, era sinônimo de eliminação dos marranos. Para estimular as delações, a Inquisição chegou a publicar um conjunto de orientações que ensinava aos católicos como vigiar seus vizinhos e reconhecer possíveis traços de judaísmo:

“Se observar que teus vizinhos estão vestindo roupas limpas e coloridas no sábado, eles são judeus.
Se eles limpam suas casas na sexta-feira e acendem velas bem mais cedo do que o normal naquela noite, eles são judeus.
Se eles comem pão ázimo e iniciam sua refeição com aipo e alface durante a Semana Santa, eles são judeus.
Se eles recitam suas preces diante de um muro, inclinando-se para frente e para trás, eles são judeus.”

A pena mais leve imposta aos marranos era o confisco de seus bens. Os reis católicos, Isabel e Fernando, precisavam de receitas, e a perseguição movida aos hereges por Torquemada era uma fonte de renda que interessava ao Estado. Isabel e Fernando auto-intitulavam-se “protetores da Igreja e defensores da fé”. O mais comum era serem obrigados a desfilar pelas ruas vestidos apenas com um “sambenito” – traje que definia sua condição de hereges – e flagelados na porta da igreja. A etapa seguinte era a morte na fogueira, durante os chamados autos-de-fé, após inomináveis torturas. Homossexuais estiveram entre muitas dessas vítimas.

Torquemada, no afã de obter dos reis católicos a expulsão definitiva de todos os judeus, promoveu em 1490 um julgamento-espetáculo, onde as vítimas foram oito judeus acusados de praticar rituais satânicos de crucificação de crianças cristãs.

Pressionados pelo clima de crescente intolerância, em 31 de março de 1492 Fernando e Isabel publicaram seu Edito de Expulsão: “Decidimos ordenar a todos os ditos judeus, homens e mulheres, que deixem nossos reinos e jamais retornem a eles.” Foi concedido aos judeus que permanecessem até julho na Espanha. A partir daí, os que fossem encontrados seriam mortos. Muitos fugiram para Portugal ou Norte da África, onde enfrentaram mais perseguições; alguns, sem alternativa, permaneceram na Espanha como “judeus ocultos”. A ação intolerante de Torquemada trouxe-lhe resistências, as quais chegaram ao Papa Alexandre VI, tendo este, por Breve de 23 de junho de 1494, nomeado quatro adjuntos com iguais poderes, visando limitar a ação de Torquemada. Em 1484 redigiu uma Instrução, opúsculo que propunha normas e procedimentos para os processos inquisitoriais, inspirando-se em trâmites já usuais na Idade Média. Foi publicada uma atualização em 1490 e uma outra em 1498.

Após completar a expulsão dos judeus, Torquemada retirou-se para o convento de São Tomás, em Ávila do qual tinha sido o fundador, onde passou seus últimos anos convencido de que desejavam envenená-lo, o que o levava a manter um chifre de unicórnio, considerado um antídoto eficaz, sempre perto de si. Torquemada faleceu de morte natural em 1498.

Em 1832, o túmulo de Torquemada foi violado, os ossos foram roubados e incinerados.

Para se saber um pouco mais sobre esta “figura” recomendo uma leitura do livro Torquemada – Inquisidor e Herege de Manuel Barrios. Edição/reimpressão: 2007. Editor:Editora Guerra & Paz. ISBN: 9789898014559.
Fonte: www.wikipedia.com
Fonte: O Cérebro do Mangueira

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