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domingo, 6 de fevereiro de 2011

A revolução de libertação árabe assinala o declínio do Ocidente?

"Não se deve, pois, deixar passar esta ocasião, a fim de que a Itália conheça, depois de tanto tempo, um seu redentor". MAQUIAVEL - O Príncipe

Ari Shavit no Haaretz*


“Dois tremendos processos estão a acontecer mesmo diante dos nossos olhos. Um é a revolução de libertação árabe (1). Depois de meio século durante o qual os tiranos governaram o mundo árabe, o seu controlo está enfraquecido. Depois de 40 anos de estabilidade decadente o apodrecimento está roer a estabilidade. As massas populares árabes não mais aceitarão o que habitualmente aceitavam. As elites árabes não mais permanecerão em silêncio (…)

O segundo processo é a aceleração do declínio do Ocidente. Por cerca de 60 anos o Ocidente deu ao mundo uma ordem imperfeita mas apesar de tudo uma estabilidade. Isso construiu uma espécie de Império pós-imperial que promete uma relativa calma e o máximo de paz. O despontar da China, Índia, Brasil e Rússia, assim como a crise económica nos Estados Unidos, torna claro que o Império está em principio de desmoronamento (…)

As cenas correntes são similares à Intifada Palestiniana em 1987, mas o colapso remete para o colapso soviético na Europa oriental em 1898. Ninguém sabe hoje onde a Intifada conduzirá. Ninguém sabe se ela trará democracia, teocracia, ou um novo modelo de democracia. Mas as coisas jamais serão iguais” (2)
* http://www.haaretz.com/print-edition/opinion/the-arab-revolution-and-western-decline-1.340967
Fonte: Xatoo

Uma carta de Dante

Maquiavel na estrada de Dante

Dois séculos depois, outro florentino, também desterrado, havia perdido as esperanças em qualquer príncipe estrangeiro. Para Maquiavel, a Itália estava sendo sistematicamente pilhada por reis franceses e espanhóis, conquistadores transalpinos que haviam submetido a própria Florença ao saque. Tal como nos tempos do ilustre poeta toscano, o país se encontrava dilacerado em suas lutas fratricidas, alimentadas pela rivalidade empresarial e comercial das cidades-estado, que a presença estrangeira acirrava ainda mais. As expectativas de Maquiavel voltavam-se para um tirano italiano, qualquer um que fosse, desde que pusesse fim à anarquia e "ao bárbaro domínio" dos reis transalpinos. No capítulo final de O Príncipe, de 1512, afirma que a Itália merecia "um seu redentor." Mas a península ainda teve que esperar muitos séculos para alcançar sua unidade.

Quando o fez, no século XIX, (a unidade Italiana foi celebrada em 1861) não foi por nenhum imperador gótico, como esperava Dante, ou por um tirano acima da lei, dotado de vontade de poder, como vaticinava Maquiavel, mas sim pelas mãos de um gorducho, insosso mas ardiloso, como Cavour.

Acontecerá no Egito o que Dante esperava para a Itália e não aconteceu? Será apenas uma redistribuição da ordem dominante ou uma nova organização segundo novas formas de perceber e agir no mundo?

2 comentários:

  1. Suspeitos de sempre patrocinam contrarrevolução no Egito
    8/2/2011

    por Pepe Escobar, Asia Times Online

    Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


    Será estrada longa, de ventanias, traiçoeira e talvez sangrenta, antes que a revolução popular egípcia sequer sonhe com aproximar-se do modelo da Indonésia pós-Suharto (a democracia maior e mais plural que se conhece, em país de maioria muçulmana) ou do modelo da Turquia atual (também sancionado nas urnas).

    Como previsto, a contrarrevolução está em marcha no Egito, patrocinada pelos suspeitos de sempre: o exército egípcio, as elites ‘compradoras’ do mubarakismo e a tríade Washington, Telavive e capitais europeias. Passadas já mais de duas semanas de protestos nas ruas do Egito contra o presidente Hosni Mubarak, aí está o que significa a “transição ordeira” da Casa Branca – com Washington jogando de todos os lados, mesmo depois de a rua ter quebrado o espelho e desafiado a “estabilidade”/terrorismo imposta pelo lado escuro da força.

    A contrarrevolução vai bem além dos comentários de Frank Wisner, homem do complexo CIA/Wall Street, enviado como agente secreto do presidente dos EUA ao Cairo, e amigo pessoal de Mubarak, sobre o quanto seria desejável que Mubarak ficasse e supervisionasse a transição. Aparece também, como que por acaso, nas palavras de Robert Springborg, professor de Assuntos de Segurança Nacional na Escola de pós-graduação da Marinha dos EUA, que disse à Reuters que “Os militares construirão uma sucessão.

    O ocidente – EUA e União Europeia – estão trabalhando para isso.
    Ler na íntegra:http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/pepe-escobar-suspeitos-de-sempre-patrocinam-contrarrevolucao-no-egito.html

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  2. Chomsky: EUA estão seguindo seu manual no Egito

    Em entrevista a Amy Goodman, do Democracy Now, Noam Chomsky analisa o desenrolar dos protestos no Egito e o comportamento do governo dos Estados Unidos diante deles. Na sua avaliação, o governo Obama está seguindo o manual tradicional de Washington nestas situações: "Há uma rotina padrão nestes casos: seguir apoiando o tempo que for possível e se ele se tornar insustentável – especialmente se o exército mudar de lado – dar um giro de 180 graus e dizer que sempre estiveram do lado do povo, apagar o passado e depois fazer todas as manobras necessárias para restaurar o velho sistema, mas com um novo nome".

    Amy Goodman - Democracy Now
    Ler mais:http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17391

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