Apesar
de ainda haver alguma resistência aqui ou ali, os governos de todo o mundo
estão cada vez mais atentos sobre a necessidade de se colocar as tecnologias
móveis, como celulares e tablets, a serviço da educação. Mas como só vontade
não garante bons resultados, a Unesco publicou um guiacom
10 recomendações políticas em que tenta ajudar governos a implantarem esses
recursos nas salas de aula. E aos que ainda não estão 100% convencidos dos
benefícios de um uso integrado da tecnologia com os objetivos pedagógicos, o
guia, apresentado em Paris na semana passada durante a Mobile Learning Week,
traz ainda 13 bons motivos para ter esse aliado na educação.
“Cada
país está em um nível diferente no uso das tecnologias móveis em sala de aula.
Por isso, é importante que cada um use o guia adaptado às suas necessidades
locais”, diz Steve Vosloo, coordenador do projeto. O especialista conta que a
ideia de lançar essas recomendações surgiu a partir da constatação de que,
mesmo considerando o uso das tecnologias em sala de aula algo pedagogicamente
importante, muitos governos não sabiam por onde começar. A questão do acesso já
havia sido mais ou menos resolvida; o problema agora era dar significado a esse
uso. Especialistas da Unesco espalhados pelo mundo começaram a elaborar um guia
com orientações que servissem a qualquer governo, independentemente do grau de
maturidade que o país estivesse nesse debate.
Até
por isso, o documento começa com uma orientação que parece simples: ter
políticas que incentivem o uso das tecnologias móveis em sala de aula. Isso
pode querer dizer tanto criar políticas da estaca zero ou ainda atualizar
políticas que foram criadas no momento em que as tecnologias móveis ainda não
eram tão acessíveis. “As diretrizes políticas relacionadas ao aprendizado móvel
que forem criadas devem estar em harmonia com as que já existirem no campo das
TIC”, afirma a Unesco no documento.
Na
sequência, o guia traz à luz a necessidade de se treinar professores e de fazer
isso com o uso de tecnologias móveis, para que eles também se apropriem dessas
ferramenta na vida deles. “No Brasil, os professores têm certa resistência em
incorporar novas tecnologias. A sala de aula ainda é o lugar de desligar o
celular”, afirma Rebeca Otero, coordenadora de Educação da Unesco no Brasil,
que avalia que parte disso se deve ao fato de o professor ainda não estar
completamente familiarizado com essas ferramentas. “Isso faz com que muitas
oportunidades educacionais se percam, especialmente no ensino médio, época em
que o aluno já está ligado e nas redes”, completa ela.
Outras
recomendações presentes no documento dizem respeito à criação de conteúdo
adequado e à promoção do uso seguro e saudável das tecnologias. Com essas
orientações, acredita a Unesco, os governos estarão mais próximos de usufruir
dos benefícios do aprendizado móvel, dentre eles ampliar o alcance e a equidade
da educação e facilitar o aprendizado personalizado.
Confira,
a seguir, um infográfico com as 10 recomendações e os 13 bons motivos para se
usar tecnologias móveis em sala de aula.
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