Ricardo
Donisete , iG SP
Lançado
semana retrasada nos Estados Unidos, o livro “The Normal Bar” pretende desnudar a
vida sexual de casais ao redor do mundo. Baseada em uma pesquisa na internet
com 100 mil pessoas de diferentes nacionalidades, a publicação reforça algumas
percepções sobre sexo -- a de que os casados fantasiam com outras pessoas, por
exemplo -- e derruba impressões antigas, como a de que mulheres não gostam de
pornografia ou que casais com filhos transam muito menos que casais sem filhos.
Também
quantifica, de maneira impactante, algumas percepções populares. Como o fato de
45% dos homens ouvidos se sentirem atraídos pelas amigas da mulher. Entre elas,
a porcentagem de interessadas nos amigos do marido é menor: 26%.
Escrito
pela expert em relacionamentos Chrisanna Northrup e pelos sociólogos Pepper
Schwartz e James Witte, o livro é autointitulado como “a mais vasta pesquisa
sobre relacionamentos românticos já feita”. Como o título sugere, a obra
pretende definir quais são os padrões sexuais e afetivos dos casais dos dias
atuais. Para produzir esse painel, foram ouvidos homens e mulheres em países
como Canadá, Espanha, Itália, Inglaterra, China, França, Austrália e Filipinas,
entre outros.
Confira
a seguir alguns dos dados mais interessantes do levantamento:
Thinkstock Photos
Ouvindo
100 mil pessoas ao redor do mundo, pesquisa "The Normal Bar" tentou
desvendar o que os casais andam fazendo debaixo dos lençóis
Infidelidade
nos relacionamentos
Como
mostra o dado já citado, pessoas casadas fantasiam em fazer sexo com outras
pessoas que não o marido ou a esposa. Mas o levantamento mostra que esse desejo
vai além das amizades dos parceiros. 90% dos homens admitem que tem desejo por
mulheres que conhecem, que podem ser do trabalho ou de outro meio que eles
frequentam. Já entre elas, a porcentagem é de 61%.
“A
sexualidade é anárquica e o nosso desejo também, não é uma coisa que nós
conseguimos controlar. O que podemos conter é nosso comportamento diante disso.
Trair é uma escolha”, explica a psicóloga e terapeuta sexual Lana Harari, que
não se surpreende com os dados apresentados.
E
as pessoas que traíam, por que fizeram essa escolha? O tédio aparece como
grande motivo para os homens e também para as mulheres, com 71% e 49%,
respectivamente. O segundo lugar também foi o mesmo para ambos os sexos, com as
pessoas traindo porque estavam com raiva do parceiro, com a porcentagem de 38%
entre as mulheres e de 26% entre os homens.
Tudo
o que você queria saber sobre o sexo
O
livro traz ainda um calhamaço de dados quando se trata das aventuras dos casais
em suas camas. Tanto os homens quanto as mulheres gostariam que seus parceiros
fossem bem mais ousados na hora sexo. 94% deles tem esse desejo. Já entre elas,
a porcentagem é um pouco menor, 78%.
Além
da ‘ousadia’, mulheres e homens também querem outras coisas para o sexo ficar
melhor com seus parceiros. Para ficarem mais satisfeitas na cama, elas querem
preliminares caprichadas (25%), mais romance (20%) e espontaneidade e diversão
(19%) de seus namorados e maridos.
A
lista de três desejos dos rapazes é um tanto diferente. Os homens querem que
suas parceiras aceitem fazer coisas novas (30%) e sejam mais ativas e menos
passivas na hora do sexo (22%). Por fim, eles querem que elas façam mais
barulho durante a transa (16%).
“The
Normal Bar” também indicou as duas posições sexuais favoritas
tanto dos homens quanto das mulheres. A posição conhecida como ‘cachorrinho’
ficou em primeiro com 40% e a ‘cavalgada’ em segundo, com 24%.
Entre
os 25% dos casais que fizeram sexo anal, apenas 6% das mulheres e 2% dos homens
não gostaram
Entre
elas, o tradicional ‘papai e mamãe’ ainda faz sucesso, levando 30% da
preferência, ficando em primeiro. A ‘cavalgada’ também ficou em segundo na
preferência das mulheres, também com 24%.
A
pesquisa internacional também revelou que 25% dos casais já fizeram sexo anal . Em países como França e Itália a
porcentagem é maior, chegando a 46% e 45%, respectivamente. Entre os indivíduos
de todo o mundo que praticaram a modalidade sexual, apenas 6% das mulheres e 2%
dos homens não gostaram.
Divulgação
Capa
do livro "The Normal Bar", que ainda não tem previsão de lançamento
no Brasil
Orgasmo
e pornografia
O
prazer do parceiro não é uma preocupação de todos os maridos e mulheres. 65%
dos homens se preocupam se a parceira chega ao orgasmo.
A porcentagem entre as mulheres é parecida: 67% delas ficam atentas para saber
se eles ‘chegaram lá’.
A
pornografia tem mais apelo com os homens do que as mulheres pesquisadas. 89%
deles apreciam vídeos eróticos. Mas entre elas o índice ficou longe da minoria:
59%.
O
estudo mostrou uma diferença significativa nesse tema. Os maridos e namorados
preferem ver esse tipo de filme sozinhos, já as esposas e namoradas gostam de
vê-los ao lado dos parceiros.
A
maioria mente para o (a) parceiro (a)
Muita
gente pode ficar chocada, mas a mentira faz parte dos relacionamentos
bem-sucedidos. Pelo menos é o que sustenta a pesquisa. 69% dos casais que se
dizem felizes admitem que mentem ocasionalmente aos parceiros. “São coisas como
não contar o preço real de uma peça de roupa cara para não desagradar o outro”,
explicam os autores do livro.
“Mentir
muitas vezes é uma forma de ter alguma privacidade na relação, já que os
parceiros de um casal frequentemente são tratados como uma pessoa só, uma
entidade única sem individualidade”, analisa Lana. “Mas isso vira um problema
quando a mentira é um segredo com a intenção de prejudicar o outro”, pondera a
terapeuta.
Menos
sexo para quem tem filhos?
Ao
contrário do que muita gente imagina, não há muita diferença quando se compara
a vida sexual de casais com ou sem filhos. Nas duas situações, as porcentagens
de pares que fazem sexo diariamente, frequentemente, ocasionalmente ou
raramente se equivalem.
Entre
os casais sem filhos, as porcentagens exatas são: 41% dos pares transam 3 a 4
vezes por semana, 26% poucas vezes por mês, 12% raramente e 9% uma vez por mês.
Quando se fala em extremos, ambos os números são baixos. 9% praticam sexo todo
dia e 4% nunca o fazem.
Os
casais com filhos apresentam dados quase iguais: 36% têm sexo 3 a 4 vezes por
semana, 30% poucas vezes por mês, 15% raramente, 9% uma vez por mês, 6%
diariamente e 6% nunca fazem. Vale lembrar que as porcentagens não somam 100%
porque os números são arredondados.
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