Jovens
arrecadam R$ 6 mil de apoiadores para dar aula de empreendedorismo e fazer
adolescentes "sonharem mais alto"
Cinthia
Rodrigues
Em
tempos de crise
do ensino médio, um projeto de dois universitários com a ambiciosa meta de
“fazer os alunos sonharem mais alto” foi – literalmente - comprado por pessoas
dispostas a investir na ideia. Os jovens arrecadaram R$ 6 mil para cobrir os
custos de um projeto piloto de aulas de empreendedorismo que eles mesmos
ministrarão em escolas públicas do Paraná.
Fernando
Granato, 24 anos, formado em engenharia elétrica e estudante de Administração,
e Daniel Dipp, 23, no último ano de comunicação social dizem se basear na
própria experiência. Os dois são bolsistas de diferentes programas de incentivo
a iniciativas de jovens e acreditam que o currículo comum da escola não explora
o potencial dos adolescentes.
Cartarse
Vídeo
da Escola Quíron no Catarse para pedir colaborações em dinheiro
O
projeto se chama Quíron, nome que na mitologia grega era dado a um centauro
mentor de heróis. “Tem tudo a ver com nosso ideal. A maioria dos jovens sonha
apenas em ter um trabalho remunerado e, mesmo assim, em funções bastante
simples. A gente enxerga muito mais oportunidades”, diz Fernando. As aulas
serão de empreendedorismo, inovação, auto-conhecimento e cidadania. A
programação é dar, a partir de agosto, quatro horas de aulas, duas vezes por
semana a 100 alunos de três escolas diferentes durante um semestre.
Tenho
uma ideia. Você banca?
A
ideia foi “vendida” no site Catarse, espaço
para financiamento coletivo. Funciona assim: o idealizador explica o que
pretende fazer e de quanto dinheiro precisa. Internautas se inscrevem para
doação e, se houver apoiadores suficientes para que todo o dinheiro seja
reunido, as transações são efetivadas e o projeto vai adiante.
Em
menos de dois meses 145 “apoiadores” doaram R$ 6.450 à Escola Quíron. O dinheiro será
usado apenas para compra de materiais como retroprojetor e impressão de
apostilas. Os jovens trabalham no projeto em um escritório compartilhado a que
têm direito como bolsistas do Hub Fellowship, outro programa de incentivo a
jovens empreendedores no Paraná.
“Eu
e o Daniel temos outras fontes de renda em trabalhos com horários flexíveis.
Sempre nos organizamos para fazer algo social e acreditamos que a escola seja o
melhor ponto de partida”, comenta Fernando. Para ele, a forma engessada das
aulas é o maior problema do ensino médio – etapa da educação que amarga os
piores índices da educação e não apresentam melhoras há 12 anos. “Estudos
comprovam que você absorve muito mais de experiências do que do que lê e vê.
Por isso a gente acha que a melhora passa por mais prática e envolvimento.”
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