A dor e a banalidade em ser jovem num mundo de portas fechadas

Trainspotting, na gíria escocesa, é uma atividade sem sentido, algo que é uma total perda de tempo.



Transcrevo um texto do - O Cotidiano da Miséria - que nos leva à reflexão sobre a juventude de qualquer parte do mundo.

A minha classe os meus valores

A origem de classe do indivíduo marca-o. No carácter, na personalidade, no feitio, nos valores. Porquê? Porque nós também somos do, o, meio de onde vimos.

Existe um escritor que muito admiro, seu nome Irvine Welsh, é escocês, fervoroso adepto do Hibernnian, ficou popularizado pelo filme Trainspotting* baseado num livro seu.

O livro Trainspotting, teve duas sequelas, primeiro Porno e depois Glue. Em Glue, um livro que na esteira dos anteriores a trama se desenrola ao longo das vidas de jovens de Edimburgo, Irvine dá dez mandamentos.

Dez mandamentos que não sendo sagrados, tão sagrados pelo menos como os da Tábua, revelam um código de valores de jovens, com origens naquela realidade, naquela classe operária, a saber:

Nunca batas numa mulher;

Dá sempre a cara pelos amigos;

Nunca sejas delator;

Nunca sejas um fura-greves;

Nunca denuncies ninguém, amigo ou inimigo;

Nunca lhes digas nada(policias, assistentes sociais, jornalistas, tipos do censos...);

Nunca passes uma semana sem investir num novo vinil;

Dá quando puderes, tira só quando tiver de ser;

Se te sentires bem ou mal, nunca te esqueças que nada é eterno e que hoje é só o primeiro dia do resto da tua vida;

Ama com generosidade mas sê avarento na confiança;

Trainspotting – o filme (1996)

Fascinante e considerado um dos melhores da década de 90 é uma adaptação do romance homônimo de Irvine Welsh e mostra o panorama duro e sinistro do mundo das drogas em Edimburgo.

Trainspotting: trailer legendado [pt-br]