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"Quando começares a tua viagem para Ítaca, reza para que o caminho seja longo, cheio de aventura e de conhecimento...enquanto mantiveres o teu espírito elevado, enquanto uma rara excitação agitar o teu espírito e o teu corpo." ...Konstantinos Kaváfis,trad.Jorge de Sena in Ítaca
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sexta-feira, 25 de março de 2011

Vía de La Plata: partindo de Sevilha

"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver.” (Almir Klink)

Em 2009 percorri a pé La Vía de La Plata,na Espanha,de Sevilha à Salamanca.

A Via de La Plata é o caminho Jacobeu de maior extensão. Passa pelas Províncias de Sevilha, Extremadura, Salamanca, Zamora, Ourense, Pontevedra e A Coruña, atravessando espaços naturais de grande beleza, com um rico patrimônio cultural e ecológico.
Tudo começou com os “Tartessos”, uma das primeiras civilizações urbanas do ocidente a usar várias rotas comerciais na Península Ibérica. No ano 218 a. C a Espanha foi conquistada pelos romanos que utilizaram esses roteiros, em particular, a via romana “La Iter ab Emérita Asturicam”, (séc I a. C), antecedente da Via de la Plata, para o deslocamento de tropas e comércio.
Otávio Augusto, nomeado Imperador em 25 a. C, mandou construir uma calçada que unisse Mérida (Emérita Augusta, capital da Província de Lusitânia) com o norte da Península, atravessando o leito dos rios Tejo e Douro, a fim de facilitar o transporte dos exércitos cuja missão era combater os bárbaros.
Esta Via chegou até Astorga (Asturica Augusta) e tinha mais de 500 quilômetros de extensão, sendo que, posteriormente, outros Imperadores, como Tibério e Trajano a ampliaram, em ambos os sentidos, até Sevilha e Gijón.
Com a queda do Império Romano, esses roteiros deixaram de ser utilizados, no entanto, a invasão árabe do século VIII atingiu, inclusive, o noroeste da Península, culminando sua conquista com a queda de Santiago de Compostela, no ano 997. Os árabes batizaram-na de Bal’latta (Blata), que significa “Caminho de Pedra”.
Fonte de pesquisa:Breve história - Peregrino Oswaldo Buzzo

Sevilha:O ponto de partida

Sevilha é a capital da Comunidade Autônoma de Andaluzia.
Seduz pelos tesouros artísticos que encerra, sobretudo por sua magia vital, algo que se compreende quando se vive nesta cidade, ainda que por poucos dias. Os sevilhanos fazem juz à fama de hedonistas, alegres e brincalhões, em especial na Feira de Abril.
O forte culto às imagens tem sua máxima expressão na célebre Semana Santa.
Sevilha é antes de tudo uma cidade cosmopolita, que desfruta seu presente e suas tradições sem esquecer o futuro, que gosta de seguir seu ritmo sem deixar de atender as necessidades decorrentes de ser uma grande cidade européia.

Algumas fotos

Catedral de Sevilha

Aspectos urbanos




Plaza del Cabildo

Parque Maria Luisa

La Torre del Oro

Rio Guadalquivir:rio grande e milenar, romântico e legendário,o rio dos conquistadores da América, o único navegável da Espanha e a Ponte de Isabel II

À noite nada como um bar de tapas

La Giralda


Pé na estrada
Cenas campestres

Trigo

Oliveira


Um longo e árduo caminho

Cerdos de la pata negra

Ovelhas

Fotos: acervo pessoal

Paco de Lucía
Concierto de Aranjuez Part2