


(Do Evolução Francesa) - Vincent Rosenblatt aterrissou pela primeira vez em terras brasileiras em 1999 por conta de um intercâmbio da École Nationale des Beaux-Arts. Logo depois de formado, deu um jeito de se mudar de vez para cá. “Fui irresistivelmente atraído pela vibração dos bailes, que derrubam os alicerces de uma convenção social e minam a ilusão de integração social no Brasil”, revela o francês, que já mora há oito anos no Rio de Janeiro.
Impressionado com a fragmentação social da cidade, com seus muros invisíveis que separam as favelas do asfalto, o fotógrafo decidiu registrar a cena funk carioca. “Logo percebi que eu poderia achar uma forma de ser aceito nos bailes e poder olhá-los mais de perto. Então, desde 2005 venho dedicando centenas de noites sem sono ao mergulho nos bailes, no corpo-a-corpo com o povo funkeiro”. Segundo ele, o baile funk de favela representa o exercício da liberdade de expressão absoluta. “Muitas vezes desprezados pela elite, os bailes funk constituem o principal espaço para o mix social, atraindo a cada fim de semana centenas de milhares de jovens da cidade inteira. Para muitos frequentadores, não é apenas diversão, mas uma necessidade vital, um direito cultural e cívico, algo pelo qual às vezes até arriscam a vida”, reflete.
Seu incansável trabalho faz nascer a expo “Rio Baile Funk”, um compilado de cliques que já passou pelo Rio, Brasília e Estocolmo. Agora, a mostra acaba de chegar a Paris e fica em cartaz até o dia 10 de abril na Maison Européenne de la Photographie.
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