Segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), 40,1% dos alunos brasileiros repetiram ano em 2009
A alta porcentagem de repetência leva a maus resultados acadêmicos, além de encarecer o sistema educacional, segundo conclusões de um estudo da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) publicado nesta quarta-feira com os resultados do Pisa (sigla, em inglês, para Programa Internacional de Avaliação de Alunos). Segundo o levantamento, no Brasil, em média 40,1% dos alunos repetiram no primário e no Ensino Médio. Segundo o censo escolar, o total de alunos fora da série adequada aumentou em 2010.
Os países nos quais a taxa de repetentes era mais alta são também aqueles nos quais seus alunos obtiveram as piores notas nas provas do Pisa de 2009, e 15% desses maus resultados se atribuem ao fenômeno da repetição, destacou a OCDE. Além disso, onde há mais repetentes, a associação entre maus resultados e os grupos socioeconômicos mais desfavorecidos é maior.
A porcentagem média de alunos que tinham repetido o primário e o Ensino Médio na OCDE em 2009 era de 13%, mas alguns países superavam a cota de 25%, como Holanda (26,7%), Bélgica (34,9%), Portugal (35%), Espanha (35,3%), Luxemburgo (36,5%) e França (36,9%). Também superaram esse índice de 25% outros países associados ao relatório Pisa: Peru (28,1%), Trinidad e Tobago (28,8%), Panamá (31,8%), Argentina (33,8%), Colômbia (33,9%), Uruguai (38%), Tunísia (43,2%) e Macau (43,7%). No extremo oposto, a repetição não existia no Japão, Coreia do Sul e Noruega, e os repetentes eram menos de 3% na Islândia (0,9%), Eslovênia (1,5%), Taiwan (1,6%), Azerbaijão (1,7%), Cazaquistão (1,7%), Montenegro (1,8%), Sérvia (2%), Reino Unido (2,2%), Croácia (2,8%) e Finlândia (2,8%).
Além da ineficácia acadêmica, repetir tem um alto custo pela necessidade de financiar um ano suplementar da formação de um aluno e atrasa a sua saída para o mercado de trabalho. Calcula-se que a Bélgica tem a maior despesa em educação, em 13%, seguida pela Holanda, com 11%, Espanha com 10% e Alemanha com 8%, enquanto diversos países investem menos de 2% para o ensino.
O estudo também põe em evidência que os países nos quais se transferem alunos a outros centros por seus baixos resultados escolares, problemas de disciplina e necessidades pedagógicas específicas têm resultados acadêmicos globais desfavoráveis. Concretamente, mais de um terço das diferenças nas notas do Pisa entre países está relacionado com essas transferências, que "tendem a favorecer uma segregação sócio-econômica" e a concentrar os estudantes de origens desfavorecidos nos centros com médias mais baixas. De acordo com a conclusão da OCDE, os professores de sistemas educacionais nos quais se recorre abundantemente à repetição ou à transferência a centros especiais dos alunos com dificuldades têm menos incitações para ajudar-lhes.
*Com informações da EFE
Fonte: Portal iG
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