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domingo, 28 de agosto de 2011

Debate de lançamento de defesa do marxismo, de José Carlos Mariátegui

A Boitempo realizará no dia 30 de agosto (terça-feira), na Universidade de São Paulo, um debate sobre o próximo lançamento da editora, o livro Defesa do marxismo: polêmica revolucionária e outros escritos, do jornalista, teórico e dirigente revolucionário peruano José Carlos Mariátegui (1894-1930). Participam do debate o historiador e professor da FFLCH/USP, Lincoln Secco, o historiador Luiz Bernardo Pericás e o tradutor e organizador de Defesa do marxismo, Yuri Martins Fontes.

Considerado um dos principais expoentes da filosofia contemporânea, somente neste novo século Mariátegui começou a ocupar nos meios editorial e acadêmico o espaço que sua obra lhe designou. Em Defesa do marxismo, o leitor encontra além dos 16 tópicos que compõem esse ensaio outros 6 escritos inéditos em português em que o autor se atém a algumas das mais importantes questões filosóficas e políticas do conturbado período entre a Primeira Guerra Mundial e a Revolução de Outubro. O idealismo de Mariátegui – à semelhança dos também heterodoxos Antonio Gramsci e Caio Prado Jr. – o levaria a um duro embate contra o revisionismo na Europa Ocidental.

O evento é gratuito e não há inscrição prévia.
Durante o evento, que será tuitado ao vivo através do perfil da editora no Twitter, serão vendidos livros da Boitempo Editorial com descontos.
Serviço
30/08 18h30 – São Paulo (SP)
Anfiteatro do departamento de Geografia – FFLCH/USP
Av. Professor Lineu Prestes, 338, Cidade Universitária, São Paulo/SP

Sobre Defesa do marxismo: polêmica revolucionária e outros escritos

A obra do jornalista, teórico e dirigente revolucionário peruano José Carlos Mariátegui vem ganhando destaque nos meios editorial e acadêmico, quase um século depois de ter sido escrita. Marxista da práxis, para quem a vida teórica e a prática militante eram inseparáveis, Mariátegui é um dos principais expoentes da filosofia contemporânea. Discutiu temas históricos, políticos e culturais, desvendando a memória de seu país, o contexto latino-americano e até aspectos da geopolítica mundial em ensaios originais que priorizavam a comunicação com as massas, acima de tudo. Seus escritos, elaborados principalmente na década de 1920 e apoiados nos alicerces do materialismo-histórico, foram acusados de irracionalistas na época por absorverem as essências conceituais libertárias de Georges Sorel, Sigmund Freud e Friedrich Nietzsche.

Em Defesa do marxismo: polêmica revolucionária e outros escritos, agora publicado em português pela Boitempo Editorial, o leitor encontra esse ensaio, composto de dezesseis artigos, e outros seis escritos inéditos em que Mariátegui se atém a algumas das mais importantes questões filosóficas e políticas do conturbado período que colidiu com os horrores da Primeira Guerra Mundial e, por outro, com a Revolução de Outubro. “Sua técnica de dissecar experiências da discussão socialista e equívocos dos revisionistas ou, ainda, iluminar personagens importantes no jogo dos poderes e ideias não se limita a um abstracionismo esquerdista ou a uma emotiva história política – é antes uma plataforma tática de onde se ergue para enxergar o porvir humano no instável pós Guerra”, afirma o jornalista, estudioso e tradutor do livro, Yuri Martins Fontes, na introdução.

Com uma tradução cuidadosa e texto de orelha do filósofo Carlos Nelson Coutinho, a edição preserva o estilo eloquente e cativante do autor, mantendo a contundência das repetições, seu ritmo de pontuação e sua escolha de termos que exigem conceituação precisa.

Sobre o autor

Nascido em 1894 no Peru, José Carlos Mariátegui trabalhou com jornalismo de 1908 até 1919, passando por publicações como La Prensa e El Tiempo. Publicou poemas e revistas de humor e arte, mas a partir de 1918, voltou-se ao socialismo e dedicou-se a viajar pela Europa, escrevendo como correspondente. Retorna à sua terra natal três anos depois e cria muitas publicações com forte conteúdo de crítica social, entre elas, a célebre revista Amauta, palavra quéchua que significa “sábio, sacerdote”, e que se tornou uma espécie de alcunha do próprio Mariátegui. No Peru, fundou em 1928 o Partido Socialista Peruano, escreveu reportagens e artigos sobre a situação européia, e deu início ao seu trabalho de investigação da realidade peruana sob um olhar marxista. Morto em 1930, sua obra teórica e sua visão sobre a formação social e étnica da indo-américa influenciaram desde a revolução cubana e Che Guevara até os zapatistas de Chiapas, e seguem inspirando movimentos que lutam pela igualdade e pela emancipação em toda a América Latina. Dentre os vários livros que escreveu, destacam-se Siete ensayos de interpretación de la realidad peruana e La escena contemporánea. Dele a Boitempo publicou também Do sonho às coisas (2005).

(*) Divulgação Boitempo editorial.
Fonte: Fazendo Média

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