O romance apresenta um futuro onde todos os livros são proibidos, opiniões próprias são consideradas antissociais e hedonistas, e o pensamento crítico é suprimido. O personagem central, Guy Montag, trabalha como "bombeiro"(o que na história significa "queimador de livro"). O número 451 é a temperatura (em graus Fahrenheit) da queima do papel, equivalente a 233 graus centígrados.
Através dos anos, o romance foi submetido a várias interpretações primeiramente focadas na queima de livros pela supressão de ideias dissidentes. Bradbury, porém,declarou que Fahrenheit 451 não trata de censura, mas de como a televisão destrói o interesse pela leitura.
O autor conta que todo o romance foi escrito nos porões da biblioteca Powell, na Universidade da Califórnia, em uma máquina de escrever alugada. Sua intenção original, ao escrever o romance, era mostrar seu grande amor por livros e bibliotecas, e frequentemente se refere a Montag como uma alusão a ele mesmo.
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O romance reflete importantes temas inquietantes da época de sua escrita,deixando muitos interpretarem diferentemente do que pretendia Bradbury.Entre os temas atribuídos para o romance, o que Bradbury chamou de "força destruidora de pensamentos" da censura nos anos 50, os incêndios de livros na Alemanha Nazista que começaram em 1933 e as horríveis consequências da explosão de uma armanuclear:
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Censura e os efeitos dos meios de comunicação em massa
O romance é frequentemente interpretado como sendo uma crítica à censura patrocinada pelo estado, mas Bradbury contestou essa interpretação. Ele disse em2007, em uma entrevista, que o livro explora os efeitos da televisão e da mídia em massa na aprendizagem da literatura.
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Em outra ocasião, Bradbury observa que a história fala sobre a alienação das pessoas pela mídia:
Em um Estado totalitário em um futuro próximo, os "bombeiros" têm como função principal queimar qualquer tipo de material impresso, pois foi convencionado que literatura era um propagador da infelicidade. Mas Montag (OskarWerner), um bombeiro, começa a questionar tal linha de raciocínio quando vê uma mulher preferir ser queimada com sua vasta biblioteca ao invés de permanecer viva.
Fonte: Wikpédia
Lançamento
1967(1h 52min)
François Truffaut
Com
Julie Christie, Cyril Cusack
Gênero
Ficçãocientífica, Fantasia
Nacionalidade
França,ReinoUnido
Extraído: AdoroCinema
Artigo sobre a morte de RayBradburyo autor deFahrenheit 451
232,7˚ Celsius
"Fahrenheit 451, atemperatura em que o papel do livro pega fogo e queima", escreveu RayBradbury. Por aqui, seriam 232,7 graus Celsius, fosse preciso queimá-los paraevitar a leitura
Rodolfo Borges
A morte de Ray Bradbury(1920-2012) recuperou em mim um cafona, incômodo e ao mesmo tempo agradável sentimento fraternal em relação aos livros. Fui ler o "Fahrenheit451" pra ver se a coisa passava, e ela piorou. É esse o roteiro que me trouxe, mais uma vez, à patética e ingrata missão autoimposta de tentar convencer os outros a ler.
Você não vai parar derespirar se deixar de abrir um livro. Provavelmente não vai ganhar mais dinheiro se ler com regularidade. Mas – e isso eu posso garantir – você vai se sentir tão bem. Tão livre. Tão forte. Vai expandir seu mundo, perceber que existem outras pessoas, outras formas de viver, outras formas de pensar e,assim, se dar conta de que a agressividade com que trata os outros não faz sentido.
"Como você se tornou tão vazio?", questiona-se Guy Montag, o bombeiro do "Fahrenheit451" que, por profissão, queima livros. Apesar de viver nesse futurístico apocalipse literário, por obra do acaso ele percebe que "é preciso ser incomodado de verdade de vez em quando". Para fora das séries de tevê,para fora da interminável e superficial internet, para dentro de si mesmo.
Apenas metade da população brasileira tentou algo parecido no ano passado, de acordo com a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. A média de quatro livros por ano vai se mantendo há décadas e você ainda se pergunta por que o país segue na mesma, ou pior:acredita que as coisas estão melhorando só porque é possível consumir mais.
O psicanalista francês Pierre Bayard escreveu um livro chamado "Como falar dos livros que não lemos" na tentativa de dessacralizar a literatura e, assim, incentivar a leitura. A obra desempenha bem seu papel (o argumento faz sentido), mas prefiro o reverso da psicologia reversa. Tem um pessoal por aí sentindo, pensando,entendendo, existindo. Quando você começa?
Fonte: Brasil 247
Há mais de um jeito de queimar um livro. E o mundo está cheio de pessoas por aí com caixa de fósforos. Cada minoria, seja Batista, Unitário, Irlândes, Italiano, Octagenário, Zen Budista, Sionista, Adventista, Feminista, Republicano… Acha que tem o direito, ou o dever, de dosar o querosene e acender o fogo. O chefe do corpo de bombeiros Capitão Beatty, em meu romance Fahrenheit 451, descreve como os livros foram queimados primeiramente pelas minorias, rasgando uma página ou duas, depois disso, quando os livros já estiverem vazios e as cabeças fechadas, a livraria fechará para sempre.
…Apenas seis semanas atrás, eu descobri que, através dos anos, alguns editores da Ballantine Books, com medo de "contaminar" os jovens, tinham, pouco a pouco, censurada 75 seções separadas de meu romance. Os estudantes lendo meu livro, me escreveram para me contar essa delicada ironia. Judy-Lynn del Rey, um dos novos editores da Ballantine Books está reeditando o livro inteiro novamente e republicando nesse verão, com todos os "diabos" e "infernos" de volta a seu lugar.
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Escrevendo Fahrenheit 451, eu pensei que estava descrevendo um mundo que talvez “aconteceria” em 4 ou 5 décadas. Mas a algumas semanas atrás, numa noite em Beverly Hills, um casal passou por mim caminhando com seu cachorro. Eu fiquei olhando para eles, absolutamente pasmo. A mulher segurava em uma mão um rádio, em forma e tamanho mais ou menos de um pacote de cigarro, com uma antena balançando. Dele saía um minúsculo cabo de cobre que terminava em um delicado fone em forma de cone ligado na sua orelha direita. E ela ia "voando", sonâmbula, esquecida do homem e do cão, escutando à novela que tocava no rádio, guiada por seu marido que provavelmente não estava nem aí. Isso não era ficção.
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